Póvoa de Lanhoso: O Victor é uma lenda viva da posta de bacalhau

O Victor (Fotografia: Gonçalo Delgado/GI)
Tem a mais alta nobreza incrustada no coração, bondade imbatível e um sentido de serviço a que nem o melhor três estrelas Michelin chega. Uma história quase mágica, de um pequenino que nasceu para ser gigante. E a que todos nos entregamos sem reservas.

Quando se nasce com a vocação restaurativa e a paixão de servir grassa no peito, o caminho é o que se sabe: glória garantida por muito trabalho. Victor Peixoto assistiu desde pequeno ao labor e frequência da venda e taberna do seu pai, João Peixoto, na povoação de S. João de Rei e também desde cedo se habituou a ajudá-lo. Nunca se enfadou nem teve quebras na vontade de um dia assumir ele próprio as rédeas do negócio.

E assim veio a acontecer, no primeiro dia de Fevereiro de 1971, data formal de fundação do restaurante Victor. O mesmo que hoje acolhe gente de todo o país para os momentos felizes idealizados pelo nosso Victor Peixoto enquanto crescia em estatura e graça. Estava na casa dos 30, e mesmo assim pediu autorização ao pai para iniciar ali a atividade que lhe corria desde há muito nas veias. Autorização concedida, a primeiríssima versão da casa tinha chão de terra e as galinhas andavam livremente por ali, picando e enchendo o papo.

Nasceu contudo já marcada pelo serviço de bacalhau de grande qualidade. Bacalhau da Noruega, qualidade Jumbo, daquele que como na epifania inaugural do pioneiro Peixoto dava postas altas e grandes, cortadas de lés a lés. Ainda hoje o empresário evoca a razão que esteve na base da sua escolha: era o bacalhau que lhe dava as maiores garantias de qualidade e fiabilidade, mesmo comparando com a excelente carne que já havia na altura, e quem fosse ao restaurante Victor iria pelo prato único e inexcedível feito a partir do fiel amigo: a posta assada na brasa.

O vinho verde da região é desde a primeira hora o complemento natural da refeição, cuidadosamente selecionado por Victor Peixoto junto das melhores casas. Nos tempos fundadores, foi aposta certeira e vencedora, e quem vai ao restaurante ainda hoje conta com uma oferta copiosa de vinho da região dos Verdes, agora já matizada com bons títulos de todas as regiões vinícolas. O bacalhau, esse é que se mantém firme no seu subido posto, liderança incontestada. Oitenta anos vencidos, Victor Peixoto continua a cantarolar feliz enquanto deambula pela sua sala. Tem consigo as duas filhas Olga e Angelina a secundá-lo nas operações e na cozinha está o oficiante chef Mário Machado, velho companheiro.

 

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