Cerca de um ano e meio de abrir portas no Bairro Alto, há razões para festejar na porta 36 da Travessa dos Inglesinhos. O restaurante M’Arrecreo acaba de se tornar na quinta pizaria em Lisboa a receber o selo de qualidade da Associazione Verace Pizza Napoletana (AVPN), uma associação italiana criada para promover e distinguir, pelos restaurantes de todo o mundo, a autêntica e mais fiel piza napolitana.
Na atual lista da AVPN, com centenas de restaurantes pelo mundo fora, existem seis certificados portugueses com esta distinção, que alguns chamam, de forma mais descomprometida, a «estrela Michelin das pizas napolitanas». Para chegarem a tal avaliação, os membros da AVPN visitam os espaços e provam as respetivas pizas margherita e marinara, para além de avaliarem uma série de regras.
Em Lisboa, são cinco com esta distinção. A Mercantina de Alvalade foi a primeira a ter o aval da AVPN, juntando-se o espaço homónimo do Chiado, e dois dos restaurantes italianos do chef Tanka Sapkota, o Forno d’Oro e o Come Prima. No Porto, a única pizaria que consta na lista é a Muti, também recém-galardoada, e que abriu na Rua da Picaria há cerca de um ano.
(Fotografias: Gonçalo Villaverde/GI)
«Este é um selo de garantia da qualidade daquilo que aqui fazemos desde o início, com a preocupação de manter a tradição do produto. Este reconhecimento vem carimbar esse trabalho e esforço e dar alento para o manter, daqui para a frente», explica Pedro Azevedo. O proprietário do M’Arrecreo abriu o restaurante depois de uma formação de vários meses em Nápoles, com especialistas locais, mas a paixão pela cozinha italiana já vinha da altura em que fez Erasmus em Florença.
Aqui, as pizas napolitanas são cozidas a 480 graus num forno a lenha e gás, construído com pedra de origem vulcânica. As massas ficam a fermentar entre 16 a 24 horas, tornando-as mais leves e facilitando depois a digestão. Para assinalar a distinção da AVPN, a M’Arrecreo vai oferecer pizas a quem se dirigir ao restaurante, esta segunda-feira, dia 2 de dezembro, entre as 12h30 e as 15h00. Trata-se de pizas portafoglio, a versão street food dos napolitanos que é, na prática, uma piza dobrada para levar e comer na rua, à mão. E é, de resto, uma forma de assinalar a reabertura dos almoços nesta pizaria, que atualmente só funcionava aos jantares.
Às clássicas margherita DOP e a marinara, os principais símbolos da piza napolitana, juntam-se outras 15 variedades de piza na carta deste espaço. Entre estas, encontram-se três novidades: a Tronchetto (15€), que leva mozarela fior di late, provola affumicata, queijo emmental, tomate cereja, rúcula, presunto de Parma e parmesão; a Scarpariello (11€), que junta tomate, mozarela fior di late, provola affumicata, parmesão e manjericão; e a Fiocco (12€), com provola affumicata, mozarela fior di late, creme de batata, fiambre, cogumelos, alcachofras e azeitonas.
Gennaro Langella, chef pizzaiolo do restaurante, e também ele napolitano, explica que uma boa piza napolitana «é, simplesmente, aquela que acabamos de comer e nos deixa vontade de comer outra, de seguida. É assim que fazemos em Nápoles», explica, entre risos. Leia mais aqui sobre a reportagem da Evasões na M’Arrecreo, quando abriu.
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