Há bom pão e pastelaria francesa na Brites, a nova padaria do Porto

Os croissants folhados são uma das especialidades da Brites. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
Oferecer bom pão e boa pastelaria a preço justo é a proposta da Brites - Padaria e Pastelaria Artesanal, o projeto de Verónica Dias, com morada na Rua da Constituição, que foi buscar inspiração à padeira de Aljubarrota.

Uma padaria do povo. É assim que Verónica Dias define a sua Brites, a funcionar desde janeiro, na Rua da Constituição, a dois passos da Praça do Marquês. O nome, que tinha de ser português, foi inspirado pela resiliência e pela força de Brites de Almeida, mais conhecida por padeira de Aljubarrota, que, em 1385, terá matado sete castelhanos com uma pá de madeira, depois de os ter descoberto escondidos dentro de um forno. Na Brites não há castelhanos escondidos, há resiliência – inevitável para um projeto posto em pé durante a pandemia -, pão e “viennoiserie” (pasteleria francesa) a cozer desde as 05h.

A Brites fica na Rua da Constituição, a dois passos da Marquês de Pombal. (Fotografia: Pedro Granadeiro/global Imagens)

António Lamas trabalha no atendimento e Verónica Dias na confeção. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

A ideia é “aliar o bom pão à boa pastelaria” e tornar ambos acessíveis a toda a gente. “Um pão de trigo (500g) custa 2 euros e dá para a maioria das pessoas comerem bom pão sem sacrificar muito a carteira”, explica Verónica, que ali também produz variedade de centeio, de milho, de sementes e azeite, de trigo integral e malte, e ainda baguete. Na base de todos eles estão a água, as farinhas moídas em mó de pedra, o sal, o isco – ou massa-mãe -, e paciência, já que fermentam longas horas, tornando a massa facilmente digerível. Na Brites os pães podem não são todos iguais e podem até ter um aspeto tosco, coisa que não preocupa a padeira que pretende oferecer “identidade, sabor e nutrição, muito acima de qualquer padrão estético associado à padaria artesanal”.

Os produtos de pastelaria podem demorar três dias até estarem prontos. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

A autodidata começou a aventura na panificação há cerca de sete anos, no Alentejo, quando aprendeu a fazer pão com padeiras que o coziam em fornos comunitários. O interesse cresceu, socorreu-se de livros e artigos digitais para aprofundar a técnica, e uns anos depois dedicou-se à pastelaria francesa, que, diz, tem muito em comum com o pão, porque “envolve pontos de glúten, fermentações e massas lêvedas”.
O resultado está à vista numa mostra que faz salivar, recheada de croissants folhados cheios de lâminas, cruffins (massa de croissant cozida em forma de muffin), pain au chocolate, brioche tradicional ou folhado, bolas de berlim com creme de baunilha, frutos vermelhos, chocolate e avelã ou doce de leite.

Croissants estilo brioche. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

Todos os dias há diversos tipos de pão. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

Bolas de Berlim. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

A massa dos doces folhados, suave e amanteigada por dentro, e agradavelmente estaladiça por fora, deve-se ao tempo da confeção – três dias, do início ao fim -, e aos ingredientes de qualidade usados por Verónica, que não abdica dos ovos, nem das manteigas – uma francesa, ideal para a laminação por ser mais seca, e outra açoriana para as massas. Ali nada se apressa, nem se corta caminho, porque para Verónica não há outra forma de “entregar o melhor”.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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