O tempo vai passando e a cidade vai evoluindo, mas no 12.º andar do Altis Grand Hotel, a vista panorâmica mantém-se há décadas como uma das mais amplas e contemplativas da capital, ponto de encontro para observar quase a 360 graus, tanto da varanda como do interior, coberto de fachadas envidraçadas, os bairros alfacinhas em redor, o Tejo e alguns cartões de visita da urbe histórica, como o Castelo de São Jorge, a Sé de Lisboa e a Igreja e Miradouro da Graça.
À mesa no Grill D. Fernando, um dos restaurantes do hotel cinco estrelas – o primeiro e maior do grupo hoteleiro na cidade, somando 50 anos de portas abertas – mantém-se a certeza de que os clássicos nunca saem de moda, tanto na abordagem nos sabores, como no próprio serviço cuidado e na aposta na cozinha de sala, uma das mais-valias do restaurante.
Exemplo disso é o rouchot, o carro quente que permite confecionar pratos e petiscos na sala, junto à mesa de quem os vai provar, estreitando a proximidade com o comensal. É o que acontece, por exemplo, com as gambas flamejadas com conhaque, que acompanham com arroz árabe, com passas e pinhões (40 euros), e com os crepes Suzette nas sobremesas (24 euros, para duas pessoas). “O rouchot foi uma peça que marcou uma época, com muita pompa e grande glamour, que só os grandes restaurantes de luxo é que faziam questão de adquirir”, explica Artur Caldas, chefe de sala do Grill D. Fernando, na equipa desta casa há duas décadas.
“O serviço de sala (cozinha de sala) era muito apreciado pelos grandes gourmets, que quando marcavam mesa em restaurantes desta categoria queriam também impressionar os seus companheiros, quer pela luxúria, quer pelo trato da equipa do restaurante. Por isso, estas peças eram, sem dúvida, um cartão de visita, uma vez que eram muito valiosas”, adianta Caldas. Sobre o carrinho quente da casa, o chefe de sala acrescenta: “Nele serviram-se grandes figuras do nosso país, desde ministros a Presidentes da República e pessoas da realeza, e alguns servidos por mim próprio, do qual me orgulho imenso”.
Na carta, a matriz tradicional estende-se a propostas como os peixinhos da horta com molho tártaro (11 euros); o escabeche de codorniz (16 euros); o robalo de mar corado com cuscos de Vinhais, camarão e coentros (38 euros); a cataplana de peixe da nossa costa (60 euros, para duas pessoas); o bacalhau na grelha com batata a murro, migas de broa de milho e feijão frade (32 euros); a posta mirandesa com couve salteada e batata olho de perdiz (36 euros); o tornedó Rossini (39 euros); ou o bife Wellington com batata frita e esparregado (210 euros, para seis pessoas).
Ainda, aos almoços dos dias úteis há espaço para os pratos do dia, com opções que não estão na carta fixa, como é o caso dos filetes de pescada com arroz de tomate; do Bacalhau à Gomes de Sá; ou da empada de pato real com salada ibérica, alcachofras, tomate-cereja e frutos secos, exemplos disponíveis na semana da nossa visita. Quem preferir, pode optar ao almoço de segunda a sexta pelo menu executivo, que junta couvert, prato do dia, café, pastel de nata e água por 29,50 euros.
Está dada a receita para uma casa de sucesso há 50 anos. “Temos clientes que nos visitam desde o início do restaurante”, conta o chefe de sala, enquanto traz à mesa uma carta de vinhos que reúne mais de 70 referências nacionais. E por falar em bebidas, também vale a pena subir ao rooftop do Altis Grand Hotel, o Garden Roof Bar, que só funciona na época quente, a oportunidade para provar um dos cocktails da casa, enquanto o verão não se despede de vez.
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