Grenache: cozinha francesa reinventada num pátio lisboeta

No Grenache encontra-se uma cozinha mediterrânica de base francesa. (Fotografia de Nelson Garrido)
É pelas mãos de um francês recém-chegado a Lisboa que se toma o gosto a esta cozinha autoral de ambição Michelin, às portas do Castelo de São Jorge.

Philippe Gelfi pode estar há pouco tempo em Lisboa, mas já conhece os cantos à casa, ou não tivesse andado ele em busca dos melhores fornecedores de carne, peixe e legumes para abastecer a cozinha do Grenache, um pequeno restaurante aberto no Pátio Dom Fradique, no Palácio Belmonte, às portas do Castelo de São Jorge, em maio.

Ao vir para Lisboa a convite de Frédéric Coustols, proprietário do Palácio Belmonte, o jovem chef francês deixou para trás cinco anos em Paris, rodados entre vários restaurantes, trazendo na bagagem um percurso em casas de renome de norte a sul de França, como o restaurante do célebre Hotel La Réserve em Paris (2* Michelin) e o Christian Etienne (1* Michelin), em Avignon, de onde é natural.

À região, Philippe foi também beber inspiração para o nome Grenache, referente a uma casta tinta introduzida em Châteauneuf-du-Pape, no século XIX, e que hoje em dia ainda é a mais utilizada pelos enólogos. Não é por isso de estranhar que a carta de vinhos tenha mais de 100 referências, a maioria delas francesas, mas também de Portugal, Grécia, Espanha e Itália.

No Grenache, porém, não se fala de uma cozinha tipicamente francesa, antes uma cozinha de inspiração mediterrânica, com o cunho autoral de Philippe. “Utilizo a técnica e o savoir faire francês e os melhores produtos portugueses, que são uma boa surpresa”, diz o profissional, cuja cozinha francesa é a base da sua formação.

No menu, destacam-se nas entradas os delicados raviolis de ricota, alcaparras e azeitonas, tomate cherry e água de tomate e o carpaccio de dourada, supremo de clementina, gel yuzu e vinagrete de citrinos. Já nos principais, menção seja feita ao irresistível ritoso de pimenta fumada, sardinha com limão, paprika e levístico e ao lombo de porco preto com textura de batata, molho de carne e anchova.

A inspiração dos produtos portugueses estende-se, por fim, às sobremesas, especialmente à que leva queijo e figos. O cremoso de chocolate e lima com gelado de pipoca e pimento e folha de cacau crocante é um valor seguro para os amantes do cacau. Em alternativa, vale a pena pedir a “baba au rhum”.

O restaurante tem menus de degustação de seis ou oito pratos para quem quiser ter uma experiência mais completa. Embalados por um serviço descontraído, mas atento aos detalhes, vive-se ali uma atmosfera de bistro francês, sobretudo se se tiver o prazer de comer na castiça esplanada.

 

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