A Conchanata já reabriu para adoçar Alvalade

Após o seu habitual retiro na região da Toscana, o italiano Michele Tarlattini volta a oferecer alguns dos mais conhecidos gelados que se fazem na capital e arredores.

Os lisboetas, e não só, voltam a poder usufruir de uma das geladarias mais populares da cidade: a Conchanata. Criada em 1946 e registada em 1977, (pelos italianos Quintílio e Alfo Tarlattini, avô e pai, respetivamente) é hoje de Michele Tarlattini, e continua a chamar centenas de pessoas diariamente. Os gelados seguem a receita original, são 100% artesanais e confecionados apenas por Michele que começa a trabalhar os ingredientes de madrugada, para que a sua casa abra às 14h00.

A essa hora por vezes a fila de clientes já se prologa pela Avenida da Igreja, em Alvalade. «Mas eu não posso fazer nada», explica o carismático italiano (faz questão em manter a nacionalidade dos avós). «As máquinas que uso – as Carpigiani – são datadas dos anos 40 e 50 do século passado e não me permitem trabalhar mais rápido, nem gerar maiores proporções das atuais. E eu também não quero», acrescenta.

Aliás, este é um negócio de família. A mais de uma dúzia de gelados com sabores tão diversos como baunilha, nata, avelã, chocolate, pistachio ou framboesa é servida pela mulher e os filhos que também já fazem parte da gestão da Conchanata e serão, provavelmente, o seu futuro.

E há algum segredo na confeção destes gelados? «Não», responde Michele. «Apenas paciência e ingredientes de verdade sem aditivos. Até os amendoins sou eu quem os torra».

Depois de 60 anos de sucesso, as mudanças nem sequer se colocam. A tradicional Conchanata continua a ser quatro bolas de gelado (três delas de baunilha e uma de nata) cobertas por molho de morango. Só as taças de serviço é que mudaram. Depois das emblemáticas conchas de vidro vieram as de aço e de plástico. Agora, além dos cones, as dos gelados são servidas em copos de esferovite, para democratizar o acesso ao produto. «Assim todos podem comprar e levar», explica Michele. «A nossa esplanada não tem capacidade para acolher todos os clientes e por vezes havia conflitos, que assim evitamos». Afinal, tudo o que é bom merece luta.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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