Famalicão: neste sábado há comida de pote com assinatura de chef

O chef Renato Cunha, do restaurante Ferrugem, propõe menus às cegas, ao ar livre - todos saídos de potes antigos. Fotografia: Paulo Jorge Magalhães/GI
O chef Renato Cunha, do restaurante Ferrugem, em Vila Nova de Famalicão, está a promover encontros onde dá a saborear pratos cozinhados em potes, em fogo de chão, à antiga. A próxima edição acontece já neste sábado, em ambiente informal, ao ar livre. O menu é surpresa.

A cerca de 200 metros do restaurante Ferrugem, onde a cozinha minhota assume novas roupagens pela mão de Renato Cunha, fica a Casa Ana Monteiro, alojamento batizado com o nome da bisavó da mulher, Anabela Rodrigues Cunha. É nessa propriedade arejada, munida de árvores centenárias, horta e jardim, que decorrem os encontros onde o chef dá a saborear comida feita em potes, em lume de chão, com menus às cegas: os participantes só descobrem na hora o que vão comer. A terceira edição está marcada para este sábado, das 17h às 22h. O convite estende-se a, no máximo, 30 pessoas, que podem circular por aquele espaço verdejante.

Trata-se de uma “cozinha de memórias”, diz Renato Cunha, fã destes potes de ferro fundido antigos e recuperados, cujo formato esférico não deixa a comida pegar-se ao fundo. Além disso, a cozedura é uniforme em todas as partes do pote. E, para cozinhar em lume máximo ou mínimo, basta arrastá-lo mais ou menos para o centro da fogueira, num trabalho braçal que também tem o seu encanto, observa, sorridente.

“Começamos a cozinhar às 11h30, para servir às 19h30. Isto é que é a cozinha a baixa temperatura de que as pessoas tanto falam”, comenta o chef. Por exemplo, na confeção do caldo verde, não há varinha mágica: as batatas e as cebolas ficam a cozer durante horas e depois são retiradas com uma espumadeira e esmagadas com um garfo. Mesmo a preparação dos potes tem que se lhe diga: antes de os utilizar, é preciso lavá-los muito bem e colocar-lhes azeite dentro.

Em edições anteriores, já houve sopa rústica, caldo verde, feijoada de línguas de bacalhau, caldeirada de caras de bacalhau, rojões, bifanas e até leite-creme feitos no pote. Neste regime de cozinha popular, os convivas também podem colher ensinamentos e participar, lembra o chef: “Pessoas convidadas já quiseram rachar lenha ou mexer o leite-creme”. Por isso diz que é “uma mistura de workshop, showcooking e degustação”.

Ainda há vagas para a experiência deste sábado, que custa 70 euros por pessoa (inclui uma seleção de vinhos premium) e é gratuita para crianças até aos 12 anos. Só há um prato que o chef desvenda antecipadamente: a caldeirada de cabrito com tomate coração de boi. De resto, há que ir e provar dos potes. Essas propostas – entre quatro e seis – são complementadas com outras frias, dispostas sobre uma mesa cujo tampo de pedra pesa mais de uma tonelada. As próximas edições decorrem em 12 e 26 de setembro, assim o permitam as condições meteorológicas.




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