Famalicão: fábrica de chocolates abre ao público

A fábrica de chocolates Casa Grande, em Famalicão, abriu portas a curiosos e apreciadores. Depois de uma visita pelos meandros de uma produção artesanal e sustentável, vale a pena uma paragem pela loja para satisfazer a gula, a preços especiais.

«É a fábrica de chocolates mais gira de Portugal», garante João Vítor, responsável pela Casa Grande, e que não duvida ter em mãos um produto de sucesso. A marca já tem quase uma década de existência, mas em agosto do ano passado, com a compra da fábrica pelo grupo Onebiz Foods, começaram as mudanças. «Existe uma grande diferença entre fazer chocolate e moldar chocolate», lança João. «Nós aqui fazemos chocolate, a nossa matéria-prima é a pasta de cacau», completa.

Para dar a conhecer todo o processo, desde março a fábrica está aberta a receber grupos para visitas guiadas, com marcação prévia e o custo de 10 euros por pessoa. A experiência inclui um workshop onde os participantes fazem o seu próprio chocolate para levar para casa.

O cacau, que aqui chega de vários produtores do continente africano, é o ponto de partida de uma produção que tem uma vertente industrial e outra – de onde resultam os chocolates mais populares da marca – que se mantém artesanal. Ser responsável social e ambientalmente é outro dos novos objetivos da Casa Grande, cujos produtos estão, também desde março, certificados com selo UTZ, de agricultura sustentável. A este reconhecimento junta-se o programa «No Child Labor», criado pela chocolateria, que pretende denunciar a utilização de mão-de-obra infantil nas produções de cacau.

É nos pisos inferiores da fábrica que «a magia» acontece. Não há Oompa-Loompas ou rios de chocolate, mas não faltam máquinas e trabalhadores experientes, e ainda um aroma no ar que abre o apetite.

Primeiro há que fazer o chocolate. Até chegar à consistência aveludada que derrete na boca e ao sabor doce que o torna tão popular, a partir da pasta de cacau, de um amargor intenso, é preciso adicionar alguns ingredientes. Aqui não entra óleo de palma. Na vez deste é utilizada manteiga de cacau. Depois resta acrescentar o açúcar na quantidade ideal a cada produto e o leite em pó para o chocolate de leite. Os aromas artificiais também ficam de fora da receita, que se vai envolvendo a temperatura controlada.

Depois de tudo misturado é tempo de dar forma ao chocolate. Bombons de vários sabores, recheios e feitios. Tabletes de chocolate branco, preto ou de leite, simples ou recheadas com fruta. Em tamanho regular ou XL, sempre embrulhadas num belo papel colorido, com a ajuda de uma máquina com mais de setenta anos. «É uma relíquia que nunca mais vai sair daqui», garante João.

Na longa lista de lambarices há ainda pipocas com chocolate, bolas de chocolate para derreter no leite, trufas ou tiras de laranja cobertas com chocolate. Numa grande mesa de mármore, a mestre chocolateira Carla Santos tempera o chocolate e enche habilmente as formas das amêndoas coloridas, que aqui não são produto exclusivo da Páscoa, e também existem em tantos sabores.

Subindo as escadas de regresso ao piso térreo, encontram-se todas as gulodices à venda na loja da fábrica, com 25 por cento de desconto. Fora de portas, os chocolates da Casa Grande podem ser comprados nas quatro lojas oficiais da marca – nos aeroportos de Porto, Lisboa, Madeira e Faro –, em algumas casas de produtos gourmet e ainda nas novas Coffee Chocs, as zonas de cafetaria das lojas Fnac, já implementadas em Coimbra e no Norte Shopping (Matosinhos).

O objetivo é expandir o conceito até ao final do ano e o futuro próximo promete trazer mais lojas oficiais e outras novidades, como o lançamento de uma nova marca, a Not Guilty.

Entretanto, os chocolates da Casa Grande continuam a fazer as delícias de apreciadores por todo o mundo, que, além da qualidade artesanal e de sabores originais, podem estar seguros de consumir um produto que é, acima de tudo, sustentável.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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