A antiga estação de comboios na Maia é agora um restaurante

A antiga estação de comboios da Maia ganhou uma nova vida com o Estação. O projeto familiar junta cozinha de fusão, desporto e a recuperação de um lugar que faz parte da memória coletiva da cidade.

De Sicília, em Itália, chega o vinho Marsala. Ingrediente indispensável à confeção da massa dos cannolis, que aqui se servem recheados com creme de ricota, morangos, e coulis de hortelã. Hélder Silva não hesitou em juntar esta sobremesa à carta depois de provar a especialidade numa das viagens que fez antes de abrir o novo projeto em parceria com o irmão, Jorge Silva. «Todos os dias via a estação ao abandono quando passava aqui a correr e fiquei a matutar no assunto», conta. A restauração não lhe é estranha, ou não fosse o fundador da cadeia Armazém do Caffé; mas aqui o desafio é outro: «manter o ADN do edifício e criar um espaço com boa comida, sem que esta seja necessariamente cara».

De outras latitudes chegam mais inspirações, e é na cozinha comandada por uma dupla de chefes que também não estranham grandes projetos, Sandra Almeida e Pedro Oliveira, que tudo se materializa. Se a sobremesa já abre o apetite, para lá chegar há que passar primeiro pelos aros de cebola de tamanho generoso, acompanhados com molho de alho e servidos numa tábua polvilhada com pó de azeitona. «Queríamos criar uma ementa que agradasse a todos, focada na carne e nos sabores portugueses mas com ingredientes improváveis», explicam os irmãos.

Assim, ao bacalhau com broa juntaram salmão grelhado com sementes de sésamo e puré de aipo negro, bife de novilho com cogumelos salteados e ainda hambúrgueres, com nomes de estações ferroviárias, e servidos em potato buns, pães de batata americanos. Tudo para harmonizar com uma carta de vinhos também ela democrática. E já que o Estação não é só restaurante, fora das horas de almoço e jantar está disponível o serviço de cafetaria, com todos os pastéis e bebidas a que se tem direito, e ainda brunch ao domingo.

Neste espaço com história, fotografias de época, a preto e branco, de despedidas saudosas adornam as paredes, ao lado de malas de viagem e até um antigo painel de um comboio a carvão. Na sala de refeições exterior, protegida por paredes envidraçadas, foi em tempos o pórtico onde se esperava pelos comboios, e na fachada ainda perduram os azulejos originais da construção, datada de 1932.

A estação foi desativada em 2001 e a antiga linha deu lugar a uma ecopista, recurso que Hélder e Jorge querem aproveitar para dinamizar atividades desportivas e culturais. «Estamos a trabalhar num protocolo com ginásios locais para organizar uma aula gratuita aqui todas as semanas, de diferentes modalidades», contam. Acima de tudo, o Estação pretende ser um ponto de encontro de maiatos e devolver ao edifício a antiga glória que em tempos teve, desta vez como ponto de referência de boa comida na Maia.

Também há francesinha
A dois passos do Porto, não podia deixar de haver um exemplar do prato típico da cidade. Pode ser servida com batata frita e ovo, e vale a pena provar, já que é da Salsicharia Leandro, no Bolhão, que aqui chegam os enchidos.

 

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