Em Lisboa, a nova Kitu casa o champanhe francês com os frescos sabores latinos

Champanhe e cozinha sul-americana, como tiradito de peixe (na fotografia acima), é a proposta da Kitu. (Fotografia de Rita Chantre)
Campo de Ourique brinda com champanhe à nova Kitu, que casa a bebida francesa com pratos inspirados na costa do Pacífico, ricos em frescura e acidez. Assina a garrafeira o escanção Marc Pinto, vencedor do Concurso Seleção Europa Escanções de Portugal 2024.

“Champanhe é festa e fogo de artifício num copo”, proclama o escanção Marc Pinto. E foi de facto a bebida que o uniu à mulher, Grace Lora, com a graciosidade de um cordão de bolhas infinito, quando brindaram ao futuro de ambos, no Equador. Com o preferência comum por esta bebida, decidiram unir-se também num negócio próprio, materializado na champanheria Kitu, naquilo que era uma garrafeira, encerrada há anos, no bairro de Campo de Ourique. “Apaixonou-me o desafio de começar um projeto do zero e uma garrafeira com total liberdade”, confessa Marc.

Esse fator, entre outros, já o tinha convencido, há sete anos, a sair de Espanha e regressar a Portugal, para integrar o Fifty Seconds, onde trabalha como head sommelier, com lastro profissional ganho nos barcelonenses Enoteca e Lasarte (três estrelas Michelin), este último onde Grace recebia os clientes. “Ficou bastante caro importarmos champanhe para a festa em Quito”, diz Marc Pinto, entre risos, já que no Equador, de onde a mulher é natural, a produção de vinho não está muito desenvolvida – ao contrário do consumo de sumos de frutas e de café.

Grace Lora (à esq.) e Marc Pinto são o casal à frente da Kitu Champanheria. (Fotografia de Rita Chantre)

Ceviche de tremoço. (Fotografia de Rita Chantre)

Na Kitu (forma como os nativos escrevem o nome da capital), o escanção planeia ter cerca de 40 champanhes e uma dezena de espumantes portugueses, em complemento a vinhos branco, tinto e fortificados, sobretudo de pequenos produtores. Os champanhes, sem surpresa, chegam da região de Champagne, bem perto de Soissons, terra-natal do escanção. “Além da Pinot Noir (mais séria e pesada) e da Chardonnay (que dá crocância e acidez), a Pinot Meunier é a casta que está a conquistar a atenção de escanções e apreciadores”, sendo boa ideia para iniciantes.

Assinado por Grace (nos últimos dois anos chef pasteleira no Michelin Loco), o menu de pratos de partilha, principais e sobremesas com raízes no Equador, Peru e México é, em si, uma lição sobre a cultura alimentar equatoriana. “É o país dos quatro mundos, porque tem costa, andes e uma parte da selva amazónica, a grandes altitudes face ao mar”, explica. Clima e solos férteis onde crescem diferentes tipos de milho, um dos produtos que a chef emprega, por exemplo, no ceviche de peixe do dia com batata doce e leite de tigre, cuja acidez liga bem à do champanhe.

Alho francês grelhado. (Fotografia de Rita Chantre)

(Fotografia de Rita Chantre)

Ceviche de camarão. (Fotografia de Rita Chantre)

Diferente do habitual é o ceviche de tremoço, típico das ruas do Equador, mas há mais, no que a petiscos diz respeito: tiradito de peixe com maionese de aji amarillo andino e chalaquita (uma mistura de cebola-roxa e milho tostado); alho francês com vinagreta de achiote (semente de um fruto) e sal pietra (amendoim, cominhos e milho tostado triturados); e gamba acevichada. Tacos de carne de porco marinada em achiote são uma das opções quentes. Para atrair público local, há combinados de ceviche e champanhe ou espumante a “preço de custo”, das 17 às 20 horas.

(Fotografia de Rita Chantre)

 

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