É Um Restaurante: os novos sabores de uma casa com missão nobre

É Um Restaurante. (Fotografia: DR)
Dois anos depois de fechar portas, o É Um Restaurante reabre em Lisboa com uma nova carta e a mesma missão social que o fez nascer: apoiar, formar e reinserir ex-sem abrigo. E tem-no feito com sucesso.

Tinha apenas seis meses quando se viu obrigado a encerrar portas, com a chegada da pandemia. Agora, o restaurante de Lisboa que integra na sua equipa, forma e insere no mercado de trabalho antigos sem-abrigo, volta a reabrir, quase como numa reintrodução. Nos últimos dois anos, contudo, a cozinha do É Um Restaurante não parou, ajustando-se às necessidades e circunstâncias de então, passando a confecionar refeições só para quem vive nas ruas da capital. Num só dia, chegaram a preparar 600 doses.

Se a missão nobre não fosse suficiente, a nova carta que se prova por estes dias é motivo que chegue para ir até à porta 56 da Rua de São José, a dois passos da Avenida da Liberdade, onde se situa o restaurante criado pela associação Crescer. À frente da cozinha está o chef David Jesus, com consultoria de Nuno Bergonse, que alia o receituário português a uns toques mais contemporâneos e outras influências do mundo.

Os peixinhos da horta são uma das entradas do restaurante. (Fotografias: DR)

Os chefs David Jesus e Nuno Bergonse.

Nos petiscos, as novidades recaem sobre os milhos fritos com salsa verde, tomate e azeitona (6€); e o húmus de espinafres com couve-flor assada e kale (6€). A estes juntam-se os já existentes peixinhos da horta com molho tártaro (6,25€); rissóis de berbigão e salicórnia (6€); ou a sopa de castanhas com aipo e uvas tintas (4,5€). Nos pratos, quase todos são novos: açorda de camarão com tomate e algas (14€); bacalhau lascado com cebolada, batatas à padeiro e ovo escalfado (14,5€); risoto de abóbora com espinafres e avelã (11€); pato assado com molho barbecue (16€) ou a raia com molho de curcuma, acelgas e esmagada de batata (15€).

Pudim de mel e azeite com sorvete de tangerina e churros com caramelo salgado são escolhas para a despedida, sem esquecer antes o cocktail da casa para as boas-vindas (leva vodka, triple sec, maçã) ou a própria cerveja do restaurante, feito em exclusivo pela lisboeta Oitava Colina, a partir do desperdício de pão do parceiro El Corte Inglés.

Os rissóis de berbigão.

O restaurante voltou a reabrir portas.

A decoração do espaço também está diferente, mais acolhedora e intimista, mas a missão é a do início: formar, dar apoio social e psicológico e alavancar a empregabilidade da sua equipa de ex-sem abrigo. A aposta já deu frutos. Desde que abriu portas, em setembro de 2019, o É Um Restaurante já conseguiu colocar no mercado profissional metade das pessoas que já aqui se formaram e estagiaram.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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