O acrónimo DOC, que significa “degustar, ousar e comunicar”, reflete o que o chef quis fazer com esse projeto, em 2007, quando “não havia ali nenhum restaurante do género”, diz. E tudo começou quando abriu uma empresa de passeios de barco no rio. Nesses passeios, passava muitas vezes em frente ao cais. “Comecei a enamorar-me pelo edifício, que estava sempre fechado”, conta. Falou, então, com o instituto responsável e disse que queria abrir lá um restaurante. Finalmente, houve concurso, Rui Paula concorreu e ficou com o espaço.
Percebeu de imediato que o restaurante seria para receber os turistas que visitam o Douro. “Já estava a evoluir muito no Cêpa Torta e quis que o DOC fosse para mostrar o que as regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro têm para oferecer. Quis um serviço de qualidade, com vinhos servidos à temperatura certa, uma boa garrafeira e uma cozinha atual”. Esses pilares mantêm-se passados 15 anos e quem lá vai sabe que pode comer alguns pratos clássicos, que não saem da carta, como o bacalhau, o polvo ou o cabrito.
O chef quer manter este tipo de pratos que “marcam a região, bem apresentados e de sabor muito característico”, sempre em paralelo “com um menu de degustação mais ousado”. “Fui abrindo mais restaurantes e já tenho as estrelas [Michelin], mas na verdade foi o DOC que me deu internacionalização”, remata.
Um clássico da casa
Cabrito: Este prato nunca sai da carta e reflete as influências transmontanas de Rui Paula. É um arroz de costelinhas de cabrito – feito no forno – acompanhado de pá de cabrito assado.