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Das casas Michelin para a TV: Carlos Fernandes vai ensinar mais de 50 receitas de sobremesas

O chef pasteleiro Carlos Fernandes.

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“Pastelaria Para Todos” estreou-se dia 13 no canal Casa e Cozinha. Como foi transportar um mundo que já conhece bem, o da pastelaria, para um novo, o da televisão?

Super interessante. A logística de um programa de televisão é muito diferente da de uma cozinha profissional. Essa experiência foi enriquecedora, uma mais-valia.

Que tipo de sobremesas vai ensinar a fazer ao longo dos 22 episódios?

Temos sobremesas mais simples e básicas, que qualquer criança pode fazer, como bolachas de laranja, de caramelo salgado, de pepitas de chocolate. Mas também outras mais trabalhadas, que vão deixar os convidados em nossa casa de queixo caído. A mais complexa talvez seja a tarte de café, avelã e toffee, que leva várias camadas. Mas vale todo o trabalho que dá [risos].

Apelar a todos os públicos e experiências era importante?

Sim. A ideia é dar receitas-base adaptáveis ao gosto de cada, que permita a qualquer pessoa entrar no mundo da pastelaria. Apesar de ser pasteleiro profissional, quando chego a casa, deixo de o ser. Sou um preguiçoso em casa para fazer doces. Faço sempre algo simples. Muitas dessas receitas ensino-as no programa.

O chef pasteleiro tem um novo programa de televisão. (Fotos: Casa e Cozinha)

Nas receitas, aposta-se na produção local com ingredientes como chá verde dos Açores, figos secos e pêra-rocha.

Houve necessidade de mostrar que temos muito bons produtos. A pastelaria também passa por respeitá-los e utilizá-los da melhor forma.

O seu percurso de década e meia já soma várias moradas com estrelas Michelin, como o lisboeta Loco, o algarvio Vista e os espanhóis Lasarte e MB. O que ganhou da passagem por estas casas estreladas?

O acumular destas experiências faz o pasteleiro que sou hoje, mais confiante e com uma maneira de estar mais aberta em relação à pastelaria. Acredito que desmistificar a complexidade da pastelaria é importante para chegarmos a mais pessoas.

Como é que está o panorama atual da pastelaria nacional?

Há muito caminho por percorrer. Quando comecei, havia poucos pasteleiros. Achava-se que qualquer cozinheiro fazia o trabalho de pasteleiro. E viu-se que não. É preciso alguém que dedique, que tenha conhecimento. Começou a haver uma maior procura e reinvestiu-se na formação, mas de qualidade. Ninguém é chef de pastelaria por fazer um workshop. Há uma nova geração de pasteleiros de muita qualidade e estamos a começar a colher os frutos desse trabalho.

Sente que os pasteleiros já têm a visibilidade e reconhecimento que se dá aos cozinheiros?

Não. Sou um insatisfeito por natureza em relação a isso e um ativista focado nesse ponto. Por muito valiosa que seja para a experiência gastronómica, a pastelaria não tem a mesma visibilidade. Mas estamos no bom caminho. E programas como este ajudam.

No novo formato do Casa e Cozinha, ensinam-se mais de 50 receitas de sobremesas.

Qual é a sua sobremesa de eleição?

O arroz doce da minha mãe [que é cozinheira e que se pode provar no restaurante A Chafarica, em Lisboa], não só pela conotação emocional, mas porque é mesmo bom. Num dos episódios, ensino a fazer um arroz doce, o mais parecido que consigo com o dela.

É lisboeta, mas com família minhota, de Vila Nova de Cerveira. Qual é a primeira memória que tem de pastelaria?

As mesas recheadas de comida e doces nos almoços de família, na Páscoa, nos casamentos. A primeira abordagem foi a ajudar a minha irmã mais velha fazer um bolo de iogurte, em pequenino. Eu adorava rapar a tigela. [risos].

 


Os horários para ver

A primeira temporada de “Pastelaria Para Todos”, estreou-se dia 13 no canal Casa e Cozinha (na NOS, posição 95). Os 22 episódios são exibidos todos os dias, pelas 09h, 15h, 20 e 23h (de segunda a sexta) e às 11h30, 16h30, 21h e 00h30 (sábado e domingo).

 

Doces para todos

Entre as mais de 50 receitas de “Pastelaria Para Todos” estão bolas de Berlim, brownies, queques, pudim de pão, papos d’anjo, panacotas, pão-de-ló húmido, brioches, tartes, banana bread, areias, barras de cereais e línguas-de-gato.