Da terra para um forno a lenha em Cedofeita, no Porto

Camarão chocante com creme de malagueta, um dos pratos da carta do Chama. (Fotografia: André Rolo/Global Imagens)
Nuno Dias, João Cabral e José Moreno reacenderam a memória dos serões em família no Chama, cujo coração é um forno a lenha que se vê a partir da rua.

“Diretamente da terra para a cozinha”, é assim que José Moreno resume o princípio da cozinha do seu Chama, que abriu há dois meses em Cedofeita. Uma sazonalidade que tem, além disso, um sabor familiar. “Antes de abrirmos o Chama, fizemos questão de conhecer os produtores e de produzir com eles, desde frutas a legumes”, afirma o cozinheiro, que é parceiro de outros dois sócios – Nuno Dias e João Cabral – naquele espaço.

A ementa é definida por esse cabaz. “Os produtos chegam crus e depois de olhar para eles é que percebo o que vou fazer”, salienta. Numa altura do ano marcada pelo frio e pela imprevisibilidade da chuva, é difícil ficar indiferente ao conforto do Chama e do crepitar do seu forno a lenha – um protagonista que conquista o olhar logo a partir da montra.

“As pessoas entram e veem alguém a cozinhar em direto, para elas”, conta José Moreno. Dali saem as surpresas da degustação. “Podem vir cinco dias por semana, sem comer o mesmo menu”, que vai desde as entradas, como bolinhos de alheira agridoce ou uma tábua mista com pão de água artesanal, até aos pratos principais, como a bochecha de vitela que remete para as tradições dos avós. Há ainda pratos como ceviche de robalo ou tártaro de atum ou o autoral bacalhau à Zé Moreno.

No que diz respeito às sobremesas, há-as tão diferentes como leite-creme de amêndoa, churros com molho de chocolate e frutos vermelhos e crumble da avó. Outra tradição que ali se preserva é levada muito a sério: os sábados são reservados para a “cabidela do Zé”. Serve-se às 13h30, custa 15 euros por pessoa e é obrigatório reservar.

O negócio é uma novidade mas a relação entre os sócios já tem longos anos. “Pensámos que se uníssemos forças conseguíamos completar-nos num projeto”, conta o chef. E assim nasceu o restaurante, onde cada um tem a sua competência. “Normalmente conseguimos colmatar todas as necessidades, sejam elas quais forem”, defende José. O resultado está à vista: um espaço construído com as próprias mãos, preparado para aquecer o estômago dos visitantes, incluindo os vegetarianos.

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