Outubro foi um mês concorrido no restaurante Michelin Cura, liderado pelo chef Pedro Pena Bastos no hotel Ritz Four Seasons Lisboa. Para comemorar o quarto aniversário desde que abriu portas, o anfitrião convidou quatro chefs para prepararem, em conjunto, o total de cinco jantares (Christian Le Squer foi o único chef que cozinhou em duas noites), e coube ao andaluz natural de Marbella Dani García encerrar o ciclo, na noite de quarta-feira, 30 de outubro.
Do menu de dez momentos, quatro foram uma seleção de pratos que o espanhol apresenta no Smoked Room, um restaurante omakase em Madrid, com duas estrelas Michelin – camarão de Motril, manteiga tostada e yuzu kosho; tomate Nitro, enguia fumada, ajoblanco e pimentos vermelhos; pato, cenoura, crepes e escabeche; e lias de sake, soja e baunilha (uma das duas sobremesas antes dos petit fours de bola de bolacha e café, fartura e tangerina, e cacau e figo).
Se antes de chegar a Lisboa, na véspera do jantar de quarta-feira, 30 de outubro, Dani García já partilhava o seu entusiasmo com o evento – “em primeiro lugar, porque me sinto em casa no Four Seasons”, dizia ele, tendo o Dani Brasserie no Four Seasons Madrid -, minutos antes de começarem a dar serviço, contou à Evasões que “Lisboa é sempre um sítio especial”, por lhe trazer “muito boas recordações”. Afinal, foi onde ganhou a terceira estrela do Guia Michelin.
“Quando venho a Lisboa vou comer pastéis de nata, é uma das coisas de que mais gosto, tal como de ir passear. Gosto de tudo no geral, é uma cidade onde me sinto muito confortável. Costumo estar sempre acompanhado de alguém que conhece a cidade e visitamos uma mescla de restaurantes tradicionais e outros mais contemporâneos, com estrelas Michelin”, partilhou o profissional, com pena de esta ter sido uma visita de apenas 48 horas na capital.
E ainda que reconheça visitar a cidade menos vezes do que as desejaria, tem noção de que a cena gastronómica “mudou muito nos últimos 15 anos”. “Há agora muitos jovens cozinheiros a fazer coisas que era difícil encontrar antigamente. Tudo o que era contemporâneo era complexo, e a partir daí, chefs como José Avillez mudaram a cidade”. No Cura, o ambiente também foi de descoberta. “O Pedro sabe tudo sobre a cozinha e os produtos portugueses. Desfrutei imenso”.
Christian Le Squer (3 estrelas Michelin) cozinhou nos dois primeiros dias de outubro; Vasco Coelho Santos (1 estrela Michelin) no dia 9; Benoît Sinthon (2 estrelas Michelin) no dia 22; e Dani Garcia (2 estrelas Michelin) no dia 30. Todos os menus tiveram dez momentos, com uma harmonização de vinhos ou harmonização não alcoólica incluída, e antes de cada jantar, às 19h45, houve encontros “meet & greet” entre os clientes e os chefs, num terraço do hotel.
Pedro Pena Bastos, o anfitrião dos jantares comemorativos do quarto aniversário do Cura, fez um balanço mais do que positivo da jornada vivida até aqui, agradecendo à sua equipa, parceiros e fornecedores. “Enquanto na cozinha os ingredientes são transformados em arte através da criatividade e precisão, a nossa equipa de sala garante que cada pessoa se sente verdadeiramente bem-vinda à mesa”. Quase todos os jantares esgotaram a lotação de 28 lugares.
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