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Crítica de Fernando Melo: restaurante Suba, em Lisboa

(Fotografia: The Guilty Pleasure)

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O intrépido descobridor urbano estabelece os marcos mais importantes das suas explorações nos percursos pelo que o deambular lhe vai oferecendo. Perplexidades do quotidiano, pequenas compras, mesas especiais e livros estão entre as memórias que com prazer levamos para casa. O que os telhados da baixa pombalina nos têm revelado quase nos faz acreditar em toda uma nova realidade, como que uma dimensão de Lisboa que não conhecíamos.

(Fotografia: The Guily Pleasure)

O Palácio Verride Santa Catarina instalou no piso mais elevado um paraíso/promontório que começa no restaurante, prolonga-se para a cobertura mais acima e ainda dá acesso a um miradouro por escada em caracol que nunca mais se esquece. Uma refeição no Suba também não. O jovem chef Fábio Alves, com apenas 35 anos foi em boa hora chamado a este projecto a um tempo cosmopolita e profundamente regional. O escanção Miguel Ventura governa de forma brilhante o serviço de vinhos, a vocação nasceu aqui mesmo, com o apoio do director geral João Silva. António Capote é o chefe de sala e brilha nas suas coreografias. Brilhante no capítulo das entradas é o milfolhas de foie gras e pêra bêbeda (15 euros), pleno de sabores e crocância, e há trabalho de génio no creme e o rissol da costa (9 euros), um hino à finger food à portuguesa e ao mesmo tempo um pináculo de sabores da nossa tradição. Muito interessante e sápido é o ouriço do mar (14 euros), aqui numa intrigante abordagem que passa pela assessoria de presunto de bolota e peixe da costa alimado, feito festival marítimo e ode ao receituário de pescador.

(Fotografia: The Guily Pleasure)

Todo o português é cultor da lula nas suas muitas formas de cozinhar e apresentar e aqui, no subido Suba, é imperdível o prato que se chama simplesmente a lula (22 euros), servido com alcachofra e dashi invertido; todo um tratado culinário. Prendeu-me a alma, que só sossega quando lá voltar e repetir. Achava que o cabrito de leite (25 euros) não ia conseguir brilhar depois da pureza e intensidade da lula mas felizmente enganei-me. É delícia gloriosa que cativa mais a cada investida, cheio de matizes subtis e a contrariar as vezeiras elaborações rústicas que se encontra normalmente. Doces da grande tradição caseira e queijos de antologia, disponíveis para quem opta por uma ou outra fora de terminar a refeição. Antes de sair, ainda vou lá fora confirmar o sonho que é estar aqui e levitar assim bem tratado.

A refeição ideal
Menu de Degustação II (110 euros)
Harmonização de vinhos (60 euros)
Carabineiro
Presunto de atum Verride Milfolhas de foie gras e pêra Bêbeda
O Lavagante
Vitela maturada
Cone de leite-creme
A nossa banana flambé

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.