Crítica de Fernando Melo ao restaurante Maria Leonor, na Mealhada

Restaurante Maria Leonor, na Mealhada. (Fotografia: DR)
Num ponto nevrálgico da EN-1, quando esta passa pela Mealhada, a pressa de partir e de chegar parece ser dominante. O Restaurante Maria Leonor é a pausa que merecemos, e por que intimamente suspiramos, e ensina-nos a parar. Um reduto gastronómico que vicia na primeira visita, e que nunca mais dispensamos

A Mealhada é com plena justiça tida como a capital do Leitão Assado à Bairrada, o frenesim rodoviário é o ritual obrigatório para todo o fiel a este totem culinário. Milhares de passantes comparecem para fazer a vénia e provar a maravilha de matriz popular que o tempo elevou a glória nacional. Nesta casa onde nos encontramos, contudo a lógica é um pouco diferente. Há leitão assado em forno de lenha de muito boa qualidade, mas há mais, muito mais para descobrir. E há sobretudo uma noção diferente de tempo a que nos rendemos sem pensar sequer em resistir.

Oficiam na cozinha os chefs Rodrigo Brás (38 anos) e Daniel Alves (21), e na sala a coreografia é gerida pela proprietária Leonor Lopes que pôs termo a uma carreira de advocacia e política para se dedicar à paixão e gosto que nutre pela restauração. Um amor inexplicável pela actividade da restauração, como gosta de dizer levou à abertura do Maria Leonor em 2019, em pleno início de confinamento em plena pandemia. Não convive bem com a palavra desistir e trouxe o restaurante até aos tempos presentes trabalhando de sol a sol, ininterruptamente.

Coreografia de sala impecável, o espaço exterior a alternar com fluidez com o interior, utilizei o salvo-conduto de viajante para me precipitar guloso para os saborosos jaquinzinhos fritos (3,50 euros) e para debulhar à mão o pratinho de camarão cozido (10 euros) posto à laia de tentação. Maravilhoso o polvo panado com arroz à beira-mar (16 euros), este cremoso e rico, a brilhar com o tomate da época bem integrado. O cabrito assado em forno de lenha é de antologia (18 euros), e o leitão assado (18 euros), sejamos justos, não lhe fica atrás. Num e noutro, a vénia à qualidade da matéria-prima, a que há que somar primor culinário. As sobremesas caseiras são a feliz e doce terminação e é com pena que saímos. Fica a ideia fixa de voltar muitas vezes!

A refeição ideal
Jaquinzinhos fritos (3,50 euros)
Polvo panado com arroz à beira-mar (16 euros)
Lombinhos de vitela na telha (16 euros)
Cabrito assado em forno de lenha (18 euros)

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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