Cozinha tradicional em doses generosas nesta casa onde o azeite é rei

Cozinha tradicional em doses generosas nesta casa onde o azeite é rei
Em plena Baixa lisboeta, ajuda-se a recuperar a cozinha de memória e as raízes da cozinha tradicional portuguesa no Restaurante do Azeite, onde toda a carta foi criada em torno... do azeite. Não fosse o nome deixar dúvidas.

«A réplica de uma oliveira “plantada” dentro da sala dá, logo à entrada, uma boa pista, mas a confirmação só chega com os sabores que se provam à mesa. O azeite é o fio condutor deste restaurante da Baixa lisboeta, que aposta na tradicional cozinha portuguesa e em pratos que, por norma, são bem regados com o bem extraído das azeitonas. O nome é simples e direto ao assunto – o Restaurante do Azeite – e o ambiente em redor afina pelo mesmo diapasão: do verde-oliva que cobre as paredes às imagens a preto e branco da apanha da azeitona, espalhadas pelo espaço com mais de 40 lugares e zona de esplanada com porta direta para o restaurante na Rua dos Correeiros.

«Conseguimos erradicar, quase na totalidade, a manteiga da nossa cozinha», explica Bruno Lopes, o chef que comanda a cozinha do restaurante situado no piso térreo do quatro estrelas Hotel da Baixa, com a ajuda de Hugo Santos, com quem já trabalhou no Lagoas Park Hotel, em Oeiras. Antes disso, Bruno passou pelo Pestana Palace e Hugo pela histórica Casa da Comida.

(Fotografias: Gerardo Santos/GI)

Lisboa, 16/04/2019 – Restaurante do Azeite do Hotel da Baixa na Rua da Prata, 231, Lisboa.
(Gerardo Santos / Global Imagens)

O respeito pela tradição e a aposta numa «cozinha de memória, como a que as nossas avós faziam», é a missão. «Queremos ajudar a recuperar a tradição, as coisas esquecidas. Estamos muito mecanizados para o consumismo», adianta.

Simplicidade e sabor são os dois pilares deste espaço, onde as doses se servem generosas. O bacalhau, por razões óbvias, é uma das estrelas da casa. Tem 24 meses de cura e pode ficar até cinco dias a demolhar, o que o torna especialmente tenro. Serve-se como lombo assado no forno com batatinhas e cebola confitada; ou então em forma de lascas com broa e batatinha. Ainda no peixe, destaque para o bife de atum grelhado com paprika, batata doce frita e esparregado de nabiças e o salmão curado a quente, com salada de batata e molho de iogurte e pepino.

O lombo de bacalhau assado no forno com batatinhas, grelos e cebola confitada. (Fotografia: Gerardo Santos/GI)

A posta mirandesa é uma das propostas de carne.

A posta mirandesa grelhada, o bife de novilho frito em azeite, o pato com molho de azeitonas e puré de batata caseiro e o bife raspado à antiga – uma tradição de como se faziam hambúrgueres quando ainda não existiam picadoras – são algumas das propostas de carne.

No Restaurante do Azeite, também há opções vegetarianas e saladas, um prato do dia a 12 euros que muda sempre – pode ir de um cozido à portuguesa a uma dobrada, uma cabidela ou uma mão de vaca com grão, só para dar alguns exemplos – e um leque de entradas que importa não esquecer. Casos da tempura de legumes com maionese de manga, coentros e azeite biológico; a sopa de tomate com ovo escalfado e oregãos; ou os camarões grelhados com alho dourado e malagueta suave, acompanhados, claro está, de um bom azeite.

A tábua com saladas frias, peixinhos da horta, queijos e enchidos. (Fotografias: Gerardo Santos/GI)

Vale a pena provar a sopa de tomate com ovo escalfado e oregãos. (Fotografia: Gerardo Santos/GI)

A casa, de resto, usa azeites da Oliveira da Serra, e muitos destes podem ser comprados na loja O’Live, na mesma Rua da Prata. Também pode arrumar o assunto das entradas com a tábua da casa – feita por artesãos portugueses – que junta meia desfeita de grão e bacalhau, salada de feijão-frade, muxama de atum, queijo da Ilha, peixinhos da horta e azeitonas de cura natural, temperadas na casa.

Para a despedida, vale a pena provar o pudim de azeite com ananás laminado e crocante de amêndoa é a versão – mais saudável, por substituir a gordura do porco pelo azeite – de um clássico Pudim de Abade de Priscos. Já as pérolas brancas com creme de baunilha e limão, que são umas fofas e leves farófias, são, só por si, um motivo para uma visita.

As pérolas brancas com creme de baunilha e limão: as leves farófias do restaurante. (Fotografia: Gerardo Santos/GI)

Bruno Lopes e Hugo Santos comandam a cozinha.

 

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