Cozinha das Flores, no Porto, celebra os sabores do Norte

A carta, embora com desvios até à Beira Baixa, ao Alentejo e aos Açores, é uma espécie de homenagem ao Norte. (Fotografia de Guilherme Marques)
Com caminho percorrido em Londres, o chef Nuno Mendes estreia-se agora na Invicta com o Cozinha das Flores, um restaurante descontraído onde se homenageiam os sabores do Norte.

As melodias que embalam os jantares no Cozinha das Flores vão alternando entre músicas de língua portuguesa e de língua inglesa. À semelhança da banda sonora do restaurante, o percurso do chef Nuno Mendes – que abriu no ano passado o restaurante Lisboeta, em Londres, depois de projetos como Viajante e Taberna do Mercado, além da passagem pelo Chiltern Firehouse, todos na capital inglesa -, também se vai fazendo nas duas línguas.

Nuno Mendes e Tatiana Cardoso. (Fotografia de Luís Moreira)

A mais recente aventura do chef português foi assumir a direção criativa do Cozinha das Flores, restaurante que é parte integrante de The Largo, o projeto inaugural do colectivo dinamarquês de viagens e hospitalidade Annassurra, que abrange ainda o bar Flôr e um hotel cuja abertura está para breve. “Uma das minhas ambições era abrir um projeto no Porto”, diz o chef. Nuno Mendes passou a infância entre Lisboa e o Alentejo, mas o facto de a família materna ter raízes no Norte levou-o a visitar a região pontualmente e a encantar-se pela gastronomia. Um carinho que acaba por se materializar no Cozinha das Flores, aberto desde fevereiro no Largo de São Domingos.

O bar Flôr. (Fotografia de Luís Moreira)

Antes de se alcançar o restaurante, a porta com o número 62 abre-se para o bar Flôr, onde a mixologista Tatiana Cardoso criou uma carta de cocktails inspirada na cultura e gastronomia portuguesas, ao mesmo tempo que recorre a técnicas modernas de mixologia. Bebericar um cocktail no balcão em U pode bem ser o início de um programa, a continuar no restaurante, mesmo ao lado.

O painel de azulejos, com a assinatura de Álvaro Siza Vieira. (Fotografia de Luís Moreira)

A sala de refeições é elegante e apresenta um grande painel de azulejos da autoria de Álvaro Siza Vieira que evoca a música, a descontração e os momentos divertidos que Nuno ali pretende proporcionar, à volta de propostas que dão brilho ao produtos sazonais e da região. O ambiente quer-se informal, a partilha é bem vista e não há menus de degustação.

A carta, embora com desvios até à Beira Baixa, ao Alentejo e aos Açores, é uma espécie de homenagem ao Norte, que arranca com pão de fermentação lenta, talassas grelhadas – uma espécie de pão doce típico da Beira Baixa -, manteiga maturada, azeite transmontano e chouriço fumado. Seguem-se entradas como o pão-de-ló com camarão da costa e presunto balchão, e o pastel de nata de nabos com caviar, numa proposta “simbólica do pastel de nata do Porto”.

Lombo de vaca maronesa grelhado, com cebolas tenras, nozes tostadas e tutano; o arroz do Sado servido com lavagante azul de Matosinhos; ou presa de porco com couve portuguesa, alheira molhada e caldo de cozido são alguns dos pratos fortes. A fechar, destaca-se o Leite, uma sobremesa que reúne várias texturas de leite, suaves e crocantes, numa referência aos tempos passados no Alentejo.

Sobremesa Leite. (Fotografia de Guilherme Marques)

A ideia é evoluir. Há a vontade de trabalhar com pescadores locais, de ter enchidos feitos em exclusivo e de apresentar porco bísaro quando possível. Uma viagem ao Norte que começa agora.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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