Comer “entalado” e beber “trifásico” em conta, na Tasca do Necas

O trifásico (mistura de vinho, cerveja e 7up), o entalado (sandes de ovo entre duas fatias de presunto), as moelas e o arroz doce Rosa. (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)
Uma casa castiça, em Viana do Castelo, onde as especialidades gastronómicas são acompanhadas pelo vinho verde em malga. Diariamente há dois pratos do dia, um de peixe, outro de carne, a preços muito convidativos.

Na parede de uma antiga mercearia de beira de estrada (Nacional entre Viana do Castelo e Ponte de Lima) em Santa Marta de Portuzelo, Viana, está pendurado um quadro com a imagem de uma figura de western com o rosto do dono, Noé Vieira da Silva, a anunciar: Procura-se (wanted) Necas el botellero. É uma brincadeira de um cliente que traduz o espírito alegre da casa, onde se come bem e barato. E que muito procuram (a maioria das vezes em grupo) quase que como um ritual de descompressão. A Tasca do Necas, em alusão à alcunha de Noé, propicia diversão e um tempo bem passado.

Nesta casa de espírito alegre, come-se bem por pouco dinheiro.
(Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

O dono promete (anuncia nos toalhetes das mesas e cartazes espalhados pelo espaço) “boa pinga”. Vinho simples na malga ou o seu famoso Trifásico, bebida à base de cerveja, vinho e gasosa (7Up), servido em caneca de barro gelada e que custa 1,5 euros. E está sempre pronto a servir, atencioso, os petiscos (alguns com nome próprio) que a mulher, Maria Filomena, despacha da cozinha com a ajuda das preciosas mãos de outras duas cozinheiras.

Os reis da casa são o Entalado (ovo estrelado entre fatias finas de presunto no pão, por 2,75 euros), as moelas (vende algumas centenas de quilos num dia, a 3,5 euros o pires), e a sopa à lavrador, que sai ao sábado, de inverno e de verão. O arroz doce da Rosa (2,5 euros) também tem muitos seguidores. E todos os dias há dois pratos à escolha por 4,5 euros a dose.

Os pratos têm dias certos: galinha Santo António e filetes à segunda; rancho à Necas e chispe à terça; mão de vaca à quarta-feira; quinta, chispe e tripas à moda da Filomena; e, à sexta, coelho à fugitivo e bacalhau frito. Ao sábado, conte com sopa à lavrador.
Durante toda a semana, exceto ao sábado à tarde e domingo, porque está fechado, o Necas serve petiscos e especialidades da casa: os ditos Ovo Entalado com Presunto e Moelas, e Pregos, Fêveras no pão, Bolinhos de Bacalhau e Rissóis de Leitão. E nos doces, além do arroz doce da Rosa, que deixa saudade enquanto se come, também há sempre Pudim Abade de Priscos.

O estabelecimento de Noé, de 60 anos, foi mercearia do avô Joaquim “Vieirinha” desde 1941. Passou para o pai e foi transformada em tasca por Necas, depois de casar em 1986 com Mena. “A minha sorte foi a minha mulher. Ela é que fez isto crescer. É o pilar da casa, porque gosta muito de cozinhar. Antes passava pouca gente na tasca”, conta, referindo: “Hoje em dia, a fama foi longe. Vem aqui gente de todo o lado e sou conhecido por muitos pelo ‘Necas das moelas’”.

A tasca nasceu no lugar de um antiga mercearia.
(Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

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Prato do dia: 4,5 euros
Inclui prato, entre dois à escolha.

Especialidades: moelas, entalado (sandes de presunto e ovo estrelado), febras no pão, rissóis de leitão, bolinhos de bacalhau, sopa à lavrador.

Sobremesas: arroz doce da Rosa, pudim Abade de Priscos

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