Comida em conta (e algumas novidades) no Café D. Gina, um clássico do Bolhão

Nuno Fernandes e as famosas tripas à moda do Porto. (Fotografia de André Rolo/GI)
Com a reabertura do Café D. Gina, mais um capítulo se escreve na história do Mercado do Bolhão e de um dos seus mais queridos restaurantes. Com novidades e os pratos de sempre, o espaço regressa ao terceiro andar do edifício.

É preciso recuar três décadas para se encontrar a génese do Café D. Gina. Este restaurante, que durante 13 anos serviu pratos do dia no seu espaço mesmo ao lado das escadas principais do Mercado do Bolhão, tem um novo poiso, agora no terceiro andar reservado à restauração. O mesmo onde começou a sua história há 18 anos.

Virgínia Silva, natural de Vieira do Minho, veio para o Porto ainda jovem para trabalhar num pronto-a-vestir. No entanto, lembra, “uma pessoa amiga arranjou-me um trabalho num café, com melhores condições”. Ficou lá, no Café Convívio, cerca de dez anos, onde aprendeu a cozinhar observando. “Ninguém me ensinou, mas eu fui aprendendo e desenvolvendo”, conta. Depois disto, nunca deixou de trabalhar como cozinheira, apurando vários pratos tradicionais, com destaque para o arroz malandrinho. Com uma sócia abriu no Mercado do Bolhão o Bolha d’Água, projeto que não durou muitos anos. Seguiu-se o Deu La Deu 3 e só depois abriu em nome próprio.

Durante um período em que o terceiro andar do mercado encerrou, o D. Gina foi para o espaço onde se fez mais famoso, ao lado das escadas, com uma esplanada. O filho Nuno Fernandes já tomava aqui conta das mesas. “Aos 17 anos desisti da escola e a minha mãe disse, ‘meu amigo, vens trabalhar comigo’; e eu que queria ser manguela à força toda… não me deixaram”, brinca.

Quatro anos de Mercado Temporário no centro comercial La Vie, enquanto se realizavam as obras do Bolhão, e uma pandemia pelo meio não desmotivaram a dupla, apesar de algumas dores de cabeça. Tinham lugar garantido no mercado renovado. Mas só passados oito meses conseguiram terminar as obras. A arquiteta Susana Dias desenhou o novo espaço, muito luminoso, elegante e confortável.

Agora, é vê-lo de portas abertas, a receber os clientes de sempre e os muitos turistas que por lá andam. “Às vezes, temos de mandar clientes embora, porque não conseguimos servir tanta gente”, lamenta Virgínia.

Além dos pratos do dia, o D. Gina tem também uma carta fixa, que funciona tanto ao almoço como ao jantar. Nos peixes, destacam-se os grelhados (salmão, dourada, robalo ou lulas), além dos filetes de pescada e do bacalhau à Braga; e, nas carnes, o costeletão de vitela ou alheira. Sabor caseiro, servido com brio.

Ementa
Pratos do dia 8,50 euros; outros, desde 6,50 euros
Especialidades: Tripas à moda do Porto; marmota de rabo na boca, sardinha pequena ou carapau pequeno com arroz de tomate; espetada de lulas; bolinhos de bacalhau; dourada ou robalo grelhado; bacalhau à Braga, costeletão de vitela
Sobremesas: leite creme, semi-frios

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