Sempre esteve ligada à comunicação social, na secção de documentação de um semanário, mas a crise que se abateu sobre o setor levou-a a mudar de vida e seguir uma das suas paixões, a gastronomia, incentivada desde cedo pelos talentos da mãe Manuela na cozinha. Das cinco décadas de vida de Paula Perpétua, a última tem sido passada à frente do Sopa da Avó, o restaurante de Sintra que serve à mesa o receituário tradicional português, que cresce em quantidade tanto quanto desce nos preços democráticos.
“Gosto de servir os pratos que sempre nos habituámos a comer nas casas das nossas mães e avós, desde pequenos. Tudo caseiro e feito de raiz. É um regresso às origens”, explica Paula, sintrense de gema que se abastece todas as manhãs com os frescos e legumes sazonais que os mercados locais oferecem.
Ao almoço dos dias úteis, reinam os menus fixos que incluem pão e azeitonas, bebida, sopa, prato principal e café. Nos pratos, todos os dias há três opções diferentes – uma de peixe e duas de carne – e aqui há propostas clássicas para todos os gostos: pataniscas de bacalhau com arroz de feijão, bacalhau à Brás e à Gomes de Sá, favas, feijoadas, mão de vaca, dobrada, panadinhos de porco com esparguete salteado ou vitela estufada. Nas sopas, cada dia serve-se uma diferente, do caldo verde ao creme de ervilhas e à sopa de feijão, por exemplo. Todas as manhãs, os pratos do dia são publicados no site do restaurante – basta ir lá espreitar.
Ao jantar e ao sábado, a carta fixa aposta nos grelhados – salmão, robalo, etc -, açordas, costeletas de novilho e borrego, bitoques e alheira de Mirandela, além das opções vegetarianas, como o alho-francês à Brás, a açorda de grão com ovos escalfados e o hambúrguer de legumes. Ao sábado, reina o cozido à portuguesa. Também fora dos menus de almoço, mas sempre disponíveis, estão as sobremesas da casa, optando-se entre mousses de chocolate, lima ou manga e a tarte de queijada de Sintra, esta última feita pela pastelaria vizinha Dona Estefânia, especialista na doçaria local.
O resultado de toda esta equação é ter-se casa composta todos os dias, com comensais repetentes. “É como estar em família, temos sempre os nossos clientes habituais. É claro que há alturas em que se notam mais turistas, mas é raro ter aqui caras que nunca vi”, remata a dona da Sopa da Avó, onde cabem cerca de 40 pessoas.
Enquanto se provam os sabores que chegam da cozinha, aprecia-se a arte que é exposta nas paredes do restaurante, com quadros, fotografias e peças de artesanato que podem ser vistos e comprados, e que são renovados a cada mês e meio. Por estes dias, estão por aqui pendurados os quadros do pintor espanhol Gabriel Casarrubios, que se inspira em cenários rurais e de natureza, com pescadores no mar e agricultores nos seus trabalhos de campo.
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Almoço de segunda a sexta …….. 8,90 euros.
Inclui: pão, azeitonas, sopa, prato principal e café.
Especialidades: pataniscas de bacalhau, vitela estufada, feijoada, mão de vaca, bacalhau à Brás, dobrada, favas.
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