Aqueles dois novos pratos são a exceção que confirma a regra: este pequeno restaurante da Baixa aposta essencialmente em produtos nacionais, de preferência, certificados. É o caso da carne marinhoa, por exemplo. O objetivo é manter a matéria-prima e ir alterando as receitas e a apresentação dos pratos, assim como os cortes de carne e os acompanhamentos, consoante as estações. É uma carta pouco extensa, muito virada para a comida de tacho – ou de caçoila, no caso da chanfana -, sem deixar de fora algumas propostas mais arrojadas.
Para os meses frios, o chef Vítor de Oliveira preparou algumas estreias, mesmo nas entradas (atente-se na sardinha em cama de broa, com amêndoa torrada); mas também recuperou alguns pratos. O arroz de entrecosto em vinha d’alhos, um dos clássicos da região, voltou à ementa, para regalo de muitos clientes que diziam já não o comer há décadas. “Quanto mais frio está, mais sai”, conta o chef, que é de Anadia. De vez em quando, também há pratos de caça (veado e javali), e uma reconfortante canja de galinha.
A tábua de sabores, com enchidos portugueses e ibéricos, queijos e batata-doce de Aljustrel com alecrim, resume bem o espírito da casa, onde se é recebido com amouse-bouche: pode ser vinagrete de língua de vaca de Marinhoa DOP, queijo de vaca das Marinhas e azeite de Trás-os-Montes aromatizado com manjericão. Um copo de jeropiga é a derradeira cortesia do restaurante, que tem mais de 100 referências de vinhos, com enfoque na Bairrada e no Dão.