O Clotilde é o «restaurante de bairro» que faltava no Estoril, nas palavras de Francisco Oliveira da Silva. Natural de Cascais, sempre trabalhou no setor dos seguros até decidir dedicar-se a este novo projeto, um «bebé» nascido em agosto e que, até agora, só lhe tem dado alegrias. A casa cheia a uma segunda-feira ao almoço pode ser um bom prenúncio.
Enérgico, Francisco começa por explicar os pormenores da decoração, marcada pelas madeiras do chão e das cadeiras, e pelos mármores brancos e espelhos redondos nas paredes. Por cima do pequeno bar, uma estante suspensa com peças de Bordallo Pinheiro. A ideia foi criar um ambiente «entre o tradicional e o moderno», pontuado pelo teto com tubagens e cabos à vista.
Sem nada a esconder surge também a cozinha, por detrás de um vidro, ao fundo. É de lá que chegam, para abrir o apetite, três trouxas de enchidos (morcela, chouriço de sangue e farinheira) feitas no forno, mais saudáveis. Estaladiças, contrastam bem com o agridoce do tártaro de atum com abacate, que é para comer tosta atrás de tosta.
Francisco conta como faz questão de só ter os melhores produtos na cozinha, para com eles dar forma a uma ementa de ADN português, com um toque diferente aqui e ali. «Cozinha de tacho», assim a classifica, e que emparelha bem com o vinho da casa, do produtor Casa Santos Lima.
O arroz de feijão acompanha os filetes de polvo e fica na memória, mas nos peixes também há polvo à lagareiro, posta de bacalhau com batatas e grelos e filetes de peixe-galo com arroz de tomate, por exemplo. Tudo bem português.
E carne? Há seis opções para bons garfos, mas o bife à Clotilde é aposta segura ou não viesse num molho delicioso, feito com o suco da carne, mostarda e vinho branco, entre outros ingredientes. É a tal cozinha de conforto de que Francisco sentia falta, e que está agora de portas abertas a quem é do bairro, e não só.
(Fotografia: DR)
Cozido à portuguesa
Quintas-feiras e sábados ao almoço são dias de cozido à portuguesa. O restaurante também tem pratos do dia a 8,50 euros.
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