Onde antes se plantavam apenas algumas ervas aromáticas surgiu uma horta biológica com seis camas de cultivo e uma variedade de legumes. “Estamos a usar tudo o que aqui temos, com muito orgulho. A horta está a ficar como a minha cabeça, está a ficar careca”, ri-se Pedro Rebelo dos Santos. Esta é uma das mudanças mais visíveis que trouxe ao Sheraton Cascais Resort, desde que chegou para liderar a cozinha do Glass Terrace, há ano e meio.
Por aqui, semeia-se tomate, couve roxa e branca, alface, pimentos, abóbora, salva, poejo, coentros e funcho, mas a ideia é ir rodando as produções consoante a estação. Para além da aposta na sustentabilidade, o restaurante deste cinco estrelas ganhou “uma cozinha mais mutável” e rica. “Mais do que uma necessidade, criar esta horta foi um dever nosso de mostrar a origem das coisas. É fundamental usarmos os produtos de época no momento e sítio certos, com o sabor certo”, explica o chef.
Desde criança que está habituado a cultivar herança que ganhou das avós, “sempre muito castiças, muito ligadas à terra”, tanto na Lourinhã como na capital. “Sempre me deu muito estímulo, em miúdo, ir para os campos e as hortas. Na Lourinhã, ajudava na apanha da uva, tenho muitas memórias de aipos e couves também. A minha avó paterna também tinha um jardim secreto em Lisboa onde plantava umas coisas. Uso aqui essas memórias”, recorda o chef.
No seu cantinho verde em Cascais, que faz companhia à esplanada do restaurante, ao amplo jardim do hotel e à piscina exterior mais à frente, as rotinas são “poucas ou nenhumas”, conta Pedro. A horta tem sistema de autorrega e só precisa que se alimentem os vermicompustores com as cascas de ovos juntas com cascas e pedaços de legumes mais pisados.
Às quintas-feiras, qualquer pessoa pode fazer uma visita com o chef pela horta, que explica mais sobre ela, mas há margem de manobra para isso acontecer a qualquer dia. “Há clientes que gostam de ficar a ver a rega, perguntam coisas e ficam curiosos”, frisa.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.
