A chegar: Festival do Butelo e Casulas em Bragança

Produto transmontano, exemplo de comida de subsistência, é a estrela da festa que decorre em Bragança entre os próximos dias 24 e 26.

As palavras Butelo e Casulas podem não dizer muito a grande parte da população portuguesa mas este produto feito de aproveitamentos da carne do porco e cascas de feijão secas não quer permanecer um segredo do Nordeste Transmontano, onde é causador de autênticas romarias.

O Restaurante Oficina, na rua Miguel Bombarda, no Porto, foi palco de um almoço de apresentação do Festival do Butelo e das Casulas, que entre os próximos dias 24 a 26 (sexta a domingo) está de volta à cidade de Bragança. O manjar da região vai ser servido em 26 restaurantes, no âmbito do fim de semana gastronómico que decorre em simultâneo.

O butelo não é nada mais, nada menos do que um recheio de ossinhos do espinhaço e das costelinhas do porco com alguma carne agarrada, que se vê envolto pela bexiga ou pelo bucho. Um enchido artesanal, tradicionalmente ventrudo e muito saboroso, que nos chega lado a lado com as casulas, as tais cascas secas que se transformam num delicioso acompanhamento.

Tudo regado, pois claro, com o bom azeite da região. Em tempos idos, chegavam à mesa como comida de subsistência para quem pouco tinha. De prato humilde, subiu ao pódio de raridade gastronómica que atrai muitos apreciadores e curiosos.

O butelo é um recheio de ossinhos do espinhaço e das costelinhas do porco com alguma carne agarrada que se vê envolto pela bexiga ou pelo bucho.

O almoço no Oficina foi preparado pelo chef Marco Gomes, também ele um transmontano dos sete costados, que criou um menu de quatro momentos: para abrir o palato, um creme aveludado de funcho com camarão, seguindo-se Lombinhos de porco bísaro em vinha-d’alhos com milhos transmontanos e cogumelos selvagens. Para um terceiro momento ficou reservado o prato anfitrião, Butelo com Casulas e, para finalizar, um Queque Morno de queijo com doce de abóbora e frutos secos.

O chef Marco sabe do que fala e cozinha. Toda a vida comeu butelo em casa e é um dos seus enchidos preferidos. É alias, um apaixonado da comida tradicional, facto provado na ementa do Oficina e também no blogue comidadesubsistencia.com, onde ensina a “puxar pelos produtos da terra”, muitos deles em risco de desaparecerem. Uma escolha adequada para apresentar o butelo, também ele uma raridade nos pratos dos portugueses.

Na senda de quebrar esse ‘enguiço,’ e também para atingir o objetivo de “promover o território do interior naquilo que tem de qualidade e identidade”, reside a contribuição do Festival do Butelo e das Casulas que, como diz o presidente da Câmara de Bragança, está cada vez mais próximo de todos desde a inauguração do túnel do Marão. Durante o Festival, será possível adquirir o butelo e as casulas, bem como todos os enchidos transmontanos e produtos hortícolas diretamente aos produtores, num espaço instalado na Praça Camões.

Decorre em simultâneo o fim de semana Gastronómico do Butelo e das Casulas de Bragança nos restaurantes aderentes. Além da visita ao festival e da obrigatória degustação deste enchido, a organização convida todos a ficarem alguns dias para conhecerem outros pontos de interesse da cidade: o Museu Militar, o Centro Arte Contemporânea Graça Morais e o Museu Ibérico da Máscara e do Traje com entradas gratuitas.

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