Bem servir a todas as horas, no Cantinho do António, em Aveiro

O Cantinho do António (Fotografia de Maria João Gala/GI)
De manhã à noite, há sempre o que comer e beber no Cantinho do António. O trâmite habitual é confiar nas sugestões do anfitrião, que reúne mais de 40 anos de serviço, no seu primeiro restaurante em nome próprio.

Às 7.30 da manhã já saem torradas e galões ao balcão d’O Cantinho do António, ou para a esplanada soalheira voltada à avenida vertebral da cidade, a dois passos do Canal do Cojo. Também já se aceitam pedidos para um Bloody Mary, ou outro cocktail clássico, que a partir das 9 horas pode ser acompanhado de alguns petiscos, como o prego no pão, as moelas e os pimentos de Padron. Ao meio-dia abre oficialmente a cozinha, onde se preparam pratos mais robustos, do receituário tradicional português, e só encerra ao final da noite. O anfitrião, que empresta o nome ao seu cantinho, descreve-o como “um camaleão”. Não é cafetaria, não é restaurante, nem bar. É tudo isso. “É o que a pessoa quiser”, define António Amaral.

 

Nasceu na Venezuela, trabalhou no Reino Unido e nos EUA, fala quatro línguas e acumula quatro décadas no mundo da hotelaria e restauração. Há 27 anos veio para Aveiro e abriu uma discoteca. Mas foi num restaurante da cidade, onde trabalhou, que O Cantinho do António começou a ganhar forma. “Esta história tem 18 anos. Eu era funcionário numa casa onde o meu sócio [José Manuel Amaral] era cliente e dizia-me ‘vamos fazer algo juntos’”, conta. A sala que servia era conhecida como a Sala do António, pela forma particular como geria o serviço. Depois de algumas perguntas para perceber os gostos do cliente, atira: “Hoje vais comer isto”. “E as pessoas acabam por confiar.”

O Cantinho do António (Fotografia de Maria João Gala/GI)

 

Na carta do seu primeiro restaurante em nome próprio impera sobretudo a tradição, numa confeção sem grandes artifícios, que respeita o produto. “O robalo é grelhado só com sal, e depois vai com azeite e alho à parte”, descreve o proprietário. “Sou muito tradicionalista. Prefiro não servir do que vender sem qualidade, porque também foi a isso que as pessoas se acostumaram no António.”

 

Do mar, destacam-se ainda os filetes de polvo “panados à antiga”, com arroz do mesmo, as lascas de bacalhau com broa e tomate grelhado ou o arroz de tamboril. Nas carnes, sobressai o bife à casa, os lombinhos de vitela e os secretos de porco com bacon e maçã, a que se junta ao domingo o cabrito assado e, ocasionalmente, o leitão. Chegando à sobremesa, sugere-se uma das estrelas da doçaria regional, o Morgado do Bussaco.

 

Para acompanhar, há mais de 170 referências vínicas. Abundam os espumantes da Bairrada e os vinhos do Douro, numa seleção eclética que junta os gostos dos dois sócios.“A minha formação foi em bar e por isso é uma teimosia ter uma boa carta de vinhos e bebidas. É um bom cartão de visita”, justifica António Amaral.

O Cantinho do António (Fotografia de Maria João Gala/GI)

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend