Na linha de Cascais, este sushi de fusão faz sentido

Na Linha de Cascais, já há quem conheça bem o Be Sushi pelo sushi ao domicílio, mas há motivos para visita presencial nesta casa pequena no discreto bairro da Rebelva. E lugares de balcão, para assistir a tudo o que se passa na bancada de trabalho.

Fusão é palavra com que importa ter alguns cuidados. Em particular quando o assunto é sushi: sem mais contexto, pode significar um genérico rolinho de salmão, fruta e queijo-creme. Ou o sushi que é procurado por quem não é grande freguês de sushi. E não é isso que o chef Sebastião Coutinho e a sua brigada fazem no Besushi. É certo que o salmão abunda – porém com cuidado na proveniência e redobrada atenção no manuseamento – e que, pelo meio da carta, lá se encontrará um ou outro maki com Philadelphia. «Mas é só porque temos clientes que pedem, não é a nossa escolha, quando há tanto que podemos fazer», justifica Sebastião, que além de estar do outro lado do balcão, de faca na mão, é também sócio (um de cinco) e fundador deste restaurante aberto em 2015.

Ainda sobre a fusão, esclarece o chef, «o que me faz sentido é fundir com a cozinha portuguesa». Ou, por outras palavras, trazer para a bancada a flor de sal, o limão, os coentros. Isto em adição ao peixe, sempre que possível da costa portuguesa, e procurando assumir uma postura pedagógica perante o cliente, procurando direcioná-lo para espécies como carapau, robalo, sarrajão, pampo, em detrimento do atum ou do salmão.

O chef Sebastião Coutinho

 

Desde logo o miso, que também há na versão clássica, apresenta uma variação bem-vinda com lima, camarão e os coentros. Há imensidão de sabor no tártaro de carapau com gengibre e alho-francês, e no sashimi especial, que mesmo nos vezeiros salmão e atum apresenta uma versão tataki, o primeiro com coentros, limão e flor de sal, o segundo em pasta de soja, citrinos e alho-francês frito e desidratado. A carta é grande, cansativa de enumerar ao detalhe, mas merece ainda menção final o «sashimi» de polvo cozido com flor de sal de azeitona. Simples, tenro, cheio de frescura.

 

Dito isto, não vale a pena ir com o bloco de notas atrás. Basta pedir ao chef o menu de degustação de 25 euros e, caso a gula persista, pedir-lhe diretamente dicas daquilo que o dia trouxe de melhor. Isto, claro, deixando para lá as mesas e tomando um dos onze lugares ao balcão. É com vista para a bancada de trabalho que este sushi sabe melhor.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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