À primeira vista, pode parecer um restaurante, mas Ingrid Koeck prefere chamá-lo de wine bistro. Pelo lado descontraído do estilo de comida que apresenta, pensada para casar com vinhos, e pela aposta na oferta vínica. Ingrid, fundadora e responsável pela marca de hotéis boutique Torel, é austríaca, mas para a mesa do Bartolomeu, sala de refeições do novo Torel 1884, quis trazer sabores tão portugueses como os vinhos que ali se servem, com uma ou outra proposta de perfil internacional, mas coisas do género da pissaladière (parente francesa da piza), que não causarão estranheza.
De resto, há «pratos» – corvina com puré de batata e grelos, por exemplo –, «pratinhos» como salada de cogumelos, cevada e espinafres, sopa à lavrador, crepes de alfarroba, e «aperitivos», capítulo que inclui um couvert de pão e banha, combinação que poderá deixar nostálgico quem tiver raízes no Sul.
O ambiente, tal como o serviço, atencioso porém despido de salamaleques, reflete descontração sem abrir mão da elegância. Imperam os tons de terra, as madeiras, o cabedal, um icónico balcão em U com tampo de mármore verde. E alusões a África, tema para todo o piso térreo do hotel (Américas e Ásia dão o tom aos andares de cima).
Detalhe curioso: a um canto da sala, junto ao balcão, uma sólida porta de ferro esconde a sala de provas (e, a pedido, wine bar). É a antiga caixa-forte do edifício, que em tempos funcionou como banco, e um dos sítios mais improváveis para tomar um copo de vinho no Porto. À disposição, há uma carta de 80 referências, para tomar à refeição ou sem pretextos em estado sólido, boa parte delas disponíveis a copo. Afinal, é um wine bistro.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.Leia também:
Porto: luxo informal no coração da Baixa
Tomar um copo de vinho dentro de uma caixa-forte
Torel Avantgarde: quer «dormir» com Freud, Dalí e Pessoa?
