Aveiro: Nesta cozinha há sempre chocolate e flores comestíveis

Chef Joana Castela (Fotografia Maria João Gala/GI)
A chef Joana Castela gosta de usar chocolate e flores comestíveis para dar cor e vida aos pratos das sobremesas.

Joana Castela sempre foi muito gulosa. Era a única, lá em casa. Mas isso não a impediu de se apaixonar pela pastelaria desde miúda. «O que mais me fascinava eram as vitrinas das pastelarias e saber como se chegava àquele resultado. Adorava os éclairs, ver os bolos todos enfeitados», recorda a chef pasteleira do Cais do Pescado, restaurante de peixe e marisco aberto, desde setembro, em Aveiro. É lá que apresenta sobremesas como o cheesecake de lima ou a trilogia de chocolate (brownie de chocolate negro, mousse de chocolate de leite e crumble com chocolate branco). Se há ingrediente que gosta de usar, é o chocolate. E também amores-perfeitos e outras flores comestíveis, para dar cor e vida aos pratos – taças, não há.

Cheesecake de lima (Fotografia Maria João Gala/GI)

A chef pasteleira, de 37 anos, natural de Aveiro, procura adaptar as sobremesas às estações e prepara-se para introduzir novidades mais frescas, como a charlotte de morango. Tem um perfil discreto e, normalmente, é a primeira a chegar, de manhã, quando tudo está mais tranquilo na cozinha. Mas as ideias, muitas vezes, chegam é quando está a ir para casa, noite avançada, e nem consegue dormir, a pensar nisso. «Uma sobremesa tem de ter crocância, textura de cremosidade e algo mais fofo, como um bolo», defende ela, que gosta de cores, de altura, de frutos silvestres, e tenta jogar com aromas que a apaixonam, como o da framboesa ou o do maracujá.

 

Charlotte de morangos
(Fotografia Maria João Gala/GI)

Joana, que é de espírito curioso, teve o primeiro contacto com a área aos 15 ou 16 anos, quando se candidatou a uma vaga de ajudante de padaria, sem ninguém saber. Lá a aceitaram, mesmo que esse fosse um trabalho geralmente realizado por homens. Um dos seus primeiros desafios foi rechear e decorar uma torta de ovos-moles. Entrava às 5h00, por isso, ficou apenas durante dois meses, numas férias escolares.

Entretanto, concluiu o 12.º ano e teve outros trabalhos. Só aos 23 anos foi fazer o curso de Cozinha e Pastelaria na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, onde acabou por dar aulas durante sete anos. Seguiram-se três anos e meio na cozinha de um hotel na Bélgica, onde o chef de pastelaria se aborrecia com ela por alterar o empratamento das sobremesas.

Chef Joana Castela (Fotografia Maria João Gala/GI)

Por fim, voltou a Portugal e conheceu Sérgio Cunha, proprietário do Cais do Pescado, que lhe deu a oportunidade de abraçar a pastelaria a tempo inteiro. «Fiquei superentusiasmada, cheia de ideias, eufórica!», conta Joana, acrescentando que ainda tem muitas técnicas para aprender, e muito por onde crescer ali, até porque lhe dão espaço para criar. Mas gostava, um dia, de ter um sítio seu – e de converter a mãe aos doces, já agora.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

Passadiço de Aveiro: Descobrir os encantos da ria a pé
Roteiro para uma escapadinha de 3 dias em Aveiro
Das salinas aos flamingos: 4 segredos em Aveiro




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend