O chef português Alexandre Silva, com uma estrela Michelin no seu restaurante Loco, foi distinguido com o prémio “Chef do Futuro” pela Academia Internacional de Gastronomia, atribuído a cozinheiros promissores a nível mundial, anunciou hoje aquela organização.
Sobre o prémio, Alexandre Silva admitiu ter recebido a notícia com surpresa. “Espero que este prémio também traga mais [clientes] ainda e que também ajude a promover Lisboa e Portugal, lá fora. É sempre bom ter um cozinheiro reconhecido a nível internacional, é ótimo para o país”, disse.
Alexandre Silva descreve a sua cozinha como baseada no “produto e no ADN português” e inspirada “nas viagens e nos antepassados”. Um trabalho que tem desenvolvido no Fogo, apostando totalmente na confeção pelo fogo. “É recuperar um processo em que somos exímios. A nossa tradição gastronómica vem toda do fogo, cozinha com fogo, fornos a lenha, fogo aberto, potes de ferro… As coisas foram desaparecendo e infelizmente ninguém fala sobre o assunto, mas devia ser falado”, sublinhou.
Segundo um comunicado a que a agência Lusa teve acesso, a Academia Internacional de Gastronomia distinguiu também, em Portugal, o sommelier André Figuinha (restaurante Feitoria, Lisboa, uma estrela Michelin) e o pasteleiro João Picão, do JNcQuoi (Lisboa).
O prémio Multimédia foi atribuído ao programa “A Nossa Cozinha”, de Maria José de Sousa, e o de Literatura Gastronómica à obra “História dos Paladares”, de Deana Barroqueiro.
A nível internacional, o Grande Prémio da Arte da Cozinha foi entregue ex-aequo a todos os nomeados, uma decisão excecional que se deveu à situação provocada pela pandemia. Os distinguidos são: Peter Goossens, restaurante Hof van Cleve (Bélgica); Toño Pérez, restaurante Atrio (Espanha); Guy Savoy (França) e Antonia Klugman, restaurante L`Argine a Venco (Itália).
A Academia Internacional de Gastronomia saudou “a coragem e resiliência do setor na atual situação vivida, nomeadamente em virtude das restrições de funcionamento, ou de encerramento administrativo, dos espaços de restauração” e salientou “a importância da continuidade da sua atividade em moldes, porventura, adaptados”.
“Sem a sua atividade, o mundo não será seguramente tão festivo ou convivial”, considerou a academia.