Uma espécie de máscaras em madeira, adornadas com penas e espinhas, penduradas na parede, parecem vigiar o interior do Sabores da Amazónia. Percebe-se mais tarde que se chamam “carrancas” e eram usadas, como amuleto, nas embarcações que deslizavam pelo rio Amazonas, e dentro de casa, para afastar as más energias. Tal como as carrancas, que são feitas à mão por artesãos amazonenses, quase todas as receitas servidas naquele pequeno espaço, são originárias da região da Amazónia Legal, que abrange uma área de cinco milhões de quilómetros quadrados. Foi esta a vontade da nortista Naiane Conde, que quando se instalou definitivamente com o marido, Rui Conde, no Porto – depois de o casal ter vivido em Lisboa e em Manaus -, se apercebeu que não havia muitos restaurantes com esse tipo de oferta.
Há pouco mais de um ano, Naiane lançou-se à aventura, e a incerteza era tanta que escolheu um lugar pequeno. Hoje, afirma que o projeto a ultrapassou. “Eu só queria fazer tapioca”, brinca, dizendo que foi acrescentando vários pratos à carta, sendo que alguns deles foram pedidos de clientes saudosos, como o bobó e a moqueca de camarão. Quem não está familiarizado com estes sabores, pode ter alguma dificuldade em perceber em que consiste tacacá, tapioca pai d’égua ou pamonha, mas esta estranheza faz parte da experiência e, se houver receios, Naiane oferece uma minidegustação. O vatapá, à base de leite de coco e camarão, e a carne de sol, são dois dos pratos com mais saída e os sabores são fáceis de gostar. Já a maniçoba é um gosto adquirido. Esta espécie de feijoada sem feijão, com carnes e folha moída de mandioca, tem um sabor intenso. É experimentar.
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