A nova vida da Tasquinha D. Maria, um dos mais antigos restaurantes de Porto de Mós

O restaurante fundado por Maria Emília Silva em 1958 tem nova gerência, mas mantém os pratos da tradição. (Fotografia de Nuno Brites/GI)
Há segredos que D. Maria passou à nova gerência, mas há também novidades que se juntam à tradição de um dos mais antigos restaurantes das serras de Aire e Candeeiros.

Quando Frederico Raimundo pousa na mesa a travessa de carne que ainda fumega – um pedaço de entrecôte muito apreciado por ali – acompanhado pelas mais deliciosas batatas fritas que algum dia provámos, uma mesa de clientes assíduos esclarece que tudo ali tem segredo. “É assim desde o tempo da Dona Maria”, atestam, perante o olhar complacente da própria, Maria Emília Silva, à beira de lúcidos 90 anos. A morte do único filho, que a ajudava há anos no restaurante fundado em 1958, fê-la abrir mão deste negócio de uma vida. Em plena pandemia, uma família de Benedita (Alcobaça) interessou-se pela conhecida tasquinha do Livramento, na estrada que liga Porto de Mós a Mira de Aire. De modo que apenas a nora, Guida Beato, se manteve a trabalhar com a nova gerência.

Tasquinha D. Maria (Fotografia de Nuno Brites/GI)

 

Dona Maria vive por cima do restaurante, o lugar onde começou por fazer queijos e enchidos, e mais tarde sopas de lavrador. “Quem me ajudou a fazer esta casa foram os caçadores, que vinham de norte a sul do país”, conta à “Evasões”, recapitulando décadas de cozidos e grelhados, coelho com feijão, bacalhau assado e muitos petiscos de nomeada.

Maria Emília Silva (Fotografia de Nuno Brites/GI)

Frederico Raimundo e Adriana Riera (Fotografia de Nuno Brites/GI)

 

“O que fizemos foi preservar a qualidade que esta casa tinha, introduzindo apenas algumas novidades”, sublinha Frederico, um dos irmãos Raimundo que dá corpo a este negócio familiar. “Mantivemos o sistema da comida ao peso. O importante aqui é conservar a qualidade”. E essa saboreia-se no carapau seco, na sardinha suada com cebola, nas iscas de fígado, no bacalhau, nos “lagartos”, sempre acompanhados de uma salada de tomate e pepino. Ou nas batatas fritas, cujo segredo ficará por desvendar. Frederico sorri e diz que “é do corte”, com a cumplicidade da cunhada Adriana e da sobrinha Patrícia.

 

É sempre aconselhável fazer duas coisas: reservar mesa antes de ir, e guardar-se para um arroz doce, um pudim de ovos ou de laranja. Qualquer um deles teria o condão de fazer pecar um monge de Cister, quanto mais D. Fuas Roupinho, que tantos pergaminhos deixou em Porto de Mós.

Tasquinha D. Maria (Fotografia de Nuno Brites/GI)

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