A nova carta do Geographia tem os sabores da viagem de Vasco da Gama à Índia

O caril de vegetais com arroz de coco é um dos pratos da carta do Geographia. (Fotografia: DR)
A descoberta do caminho marítimo para a Índia, concretizada em maio de 1498 por Vasco da Gama, é a principal inspiração da nova carta do restaurante Geographia, "de comida que fala português", e em que o chef cabo-verdiano Daniel Fortes dá cartas.

Foi uma epopeia de 13 mil milhas náuticas e um ano de navegação com uma esquadra de quatro caravelas. Depois de partir de Lisboa em julho de 1497 a pedido do rei D. Manuel I, Vasco da Gama seguiu uma rota já experimentada por anteriores exploradores ao longo da costa de África – através de Tenerife e do Arquipélago de Cabo Verde – e atracou em Calecute, na Índia, em maio de 1498, descobrindo assim o caminho marítimo entre Portugal e a Índia.

Mais de 500 anos volvidos, o restaurante Geographia, dedicado à cozinha lusófona no Mundo, presta tributo ao feito português com uma nova carta, pensada pelo chef Daniel Fortes, que reflete os sabores de alguns dos países onde Vasco da Gama fez escala até chegar a Goa – Cabo Verde e Moçambique. O fio condutor do prato é o atum corado com cebolada – produto nobre português, mas muito consumido também em Cabo Verde, que até tem uma fábrica de conservas na ilha de São Vicente.

De Cabo Verde, de onde o chef é natural, chega o xerém de milho, “mais grosso que o algarvio, quase como um arroz”, e que normalmente acompanha carne ou peixe. À gastronomia moçambicana Daniel Fortes foi buscar, por sua vez, a matapa de espinafres com coco e malagueta, uma alternativa à folha de mandioca original e que “é muito difícil de encontrar em Portugal”. Por último, numa pequena taça surge ainda um achar de manga e limão com especiarias, típico de Goa.

Para descobrir todos os sabores e nuances deste prato principal, o ideal é ir misturando à vez os acompanhamentos com o atum. A verdade é que os pratos do Geographia, visualmente muito apelativos e repletos de texturas, podem parecer “aparentemente simples”. Mas resultam de técnicas atuais aplicadas com o objetivo de extrair o máximo de sabor possível, explica o chef em Portugal desde os 13 anos e que já trabalhou no restaurante Eleven, de Joachim Koerper.

A grande novidade inspirada na viagem marítima de Vasco da Gama surge acompanhada de outros pratos novos, como peixe braseado com molho de calulu, quiabo, tomate, espinafre e óleo de palma típico de Angola; midar-sin de porco preto com sambal luat, oriundo de Timor-Leste; e arroz de coco e açafrão com caldo de mancarra (amendoim) com frango do campo, de Macau.

Na carta do Geographia mantém-se ainda os pratos mais pedidos e acarinhados pelos clientes, como é o caso do caril de camarão à goesa com arroz de coco e o pato do rio das pérolas com molho de ostra, por exemplo. Uma boa forma de preparar o palato para os sabores exóticos da carta é pedir a degustação de sobremesas para duas pessoas, que inclui quatro bolinhos de feijoada, quatro dim sums e sapateira para comer com tostas e farofa de caju.

A última paragem do menu – as sobremesas – propõe mousse de chocolate com cacau de São Tomé e Príncipe e mousse e ainda um cheesecake à base de queijo de cabra e queijo creme com goiabada e bolacha Maria, entre outras. No menu, que se pode consultar em formato digital, cada prato surge identificado pelo país correspondente, uma forma de orientar o pedido e transmitir conhecimento gastronómico. Quem inserir os dados pedidos tem direito a uma garrafa de vinho na segunda visita ao restaurante, numa refeição de duas pessoas, durante 30 dias.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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