Foi no discreto Largo do Serralho, a uns minutos das principais praças de Guimarães, que António Loureiro abriu, em 2016, o seu primeiro restaurante em nome próprio. Filho da terra, estava afastado profissionalmente há mais de 20 anos. «O António começou por trabalhar num restaurante tradicional aqui em Guimarães», conta Isabel Loureiro, sua mulher.
«Mas depois houve uma viragem da sua carreira para a hotelaria e passou por várias cozinhas de hotéis e restaurantes Michelin, pelo país e lá fora». Em 2014, o prémio Chefe Cozinheiro do Ano, quando ainda estava no hotel Meliá Braga, levou-o a repensar o futuro. E a família Loureiro acabaria por regressar para abrir A Cozinha, que agora dá à cidade a sua primeira distinção no Guia Michelin.
A sala é elegante, com a garrafeira a servir de vidraça e a permitir ver o trabalho na cozinha, onde a política é próxima de desperdício zero. Não há toalhas de mesa e os produtos são aproveitados no seu máximo, um esforço do chef em direção à sustentabilidade que inclusive já fez o restaurante ganhar dois Green Key (turismo sustentável).
A tradição vimarenense é também honrada e trabalhada de forma inovadora, tal como se pode ver na sobremesa inspirada pelas tortas de Guimarães (leva calda de morangos e gila em crocantes canudos) ou na espuma de pudim Abade de Priscos com terra de avelã e gelado de lima. Existem dois menus de degustação, Tradição e Nouvelle Cuisine (47,50 e 67,50 euros, respetivamente), mas tanto um como outro assentam a sua base na horta e nos produtos que a natureza dá, em cada estação. Que as boas práticas se mantenham nesta nova vaga Michelin.
O prato assinatura:
Cavala com foie gras, sorvete de tomate e folhas de capuchinhas é uma das entradas de A Cozinha, onde a combinação de sabores surpreendem.
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