6 sítios para comer bem a apenas uma hora de Lisboa

Percorra a fotogaleria para conhecer 10 restaurantes para comer bem a apenas uma hora de distância de Lisboa.

Na fotografia: o camarão com amêijoas à Suzete, servido no tacho no Restaurante da Adraga, em Sintra.

(Fotografia de Filipe Amorim/GI)

01. Taberna Ó Balcão (Santarém)

Rodrigo Castelo foi forcado do Aposento da Moita durante vários anos, trabalhou na indústria farmacêutica outros tantos, mas a sua grande paixão foi sempre a cozinha. A mudança de vida surgiu no final de 2013, altura em que abriu esta Taberna Ó Balcão, que rapidamente se tornou uma referência além-Ribatejo.

(Fotografias de Reinaldo Rodrigues/GI)

01. Taberna Ó Balcão (Santarém)

E porquê? É simples, porque Rodrigo não se limita a reproduzir receitas típicas da região ou a dar-lhes um twist contemporâneo. Não, o chef escalabitano vai bem mais longe que isso, tendo vindo a desenvolver um trabalho notável com inúmeros produtores: dos queijos feitos na Escola Agrária local aos enchidos de toiro bravo, do bode capado ao peixe do rio, que sabe trabalhar como poucos. O resultado prova-se depois à mesa em criações como o coscorão do rio até ao mar, a sopa de peixe do rio com ovas de barbo ou as buchas de bode capado, entre outros.

02. Casta 85 (Alenquer)

Há quatro anos, e depois de um percurso que o fez, ainda muito jovem, passar por algumas das cozinhas mais exigentes de Lisboa, como as da Bica do Sapato, Ritz, Altis Belém ou 100 Maneiras, João Simões voltou à casa de partida, a sua vila-natal, Alenquer, para abrir este Casta 85.

(Fotografias de Paulo Alexandrino/GI)

02. Casta 85 (Alenquer)

Fê-lo num edifício cheio de história, com vista panorâmica para o rio, que ele próprio tratou de renovar e decorar a seu gosto. Da cozinha aberta para a sala saem receitas que tanto piscam o olho à tradição — caso das farófias ou da canja de bacalhau com ovo escalfado e poejo — como outros que deixam evidente o percurso do chef, de que é exemplo a codorniz com foie gras.

A preocupação com os vinhos é também evidente: não só a respetiva carta não deixa passar em branco a localização — em Alenquer produzem-se alguns dos melhores vinhos da região de Lisboa — como periodicamente se organizam jantares vínicos com produtores convidados.

03. O Fuso (Arruda dos Vinhos)

O restaurante mais famoso de Arruda dos Vinhos abriu portas em 1973, numa antiga adega onde se produzia azeite — vem daí o fuso que dá nome à casa, era o objeto que servia para fazer subir ou descer a vara do lagar. O apetite é aberto logo à entrada, onde se acumulam montras e grelhadores.

(Fotografias de Diana Quintela/GI)

03. O Fuso (Arruda dos Vinhos)

E basta um olhar rápido sobre a ementa para perceber quais são as duas grandes especialidades da casa, devidamente assinaladas em capitulares: bacalhau e costela de vaca, ambas confecionadas nas brasas e servidas em doses muitíssimo generosas. E, atenção, não é só tamanho, a matéria-prima é também de excelente qualidade, característica que se estende aos temperos e acompanhamentos.

As suas diversas salas sentam mais de 200 pessoas e, ainda assim, é raro não as ver preenchidas, sobretudo ao fim de semana. Ou seja, um restaurante grande também pode ser um grande restaurante.

04. Restaurante da Adraga (Sintra)

Quando surge um desejo súbito de praia, peixe e marisco poucas viagens fazem tanto sentido como a que separa Lisboa da (belíssima) Praia da Adraga, a oeste de Colares. Sim, mesmo que haja nevoeiro, a água esteja gélida — o que acontece com uma frequência indesejável — ou, até, que haja um engarrafamento no terrível IC19. O destino vale o sacrifício, graças ao magnífico restaurante que se mantém na mesma família há várias gerações, desde os tempos em que a Rainha Dona Amélia ali se alimentava de carapaus fritos.

(Fotografias de Filipe Amorim/GI)

04. Restaurante da Adraga (Sintra)

O Restaurante da Adraga, nome oficial do estabelecimento em questão, evoluiu de uma simples barraquinha para um dos melhores do país no que aos produtos do mar diz respeito. E se as amêijoas (com camarão) à dona Suzette, receita da proprietária, são um mítico petisco de fim de tarde, é no fresquíssimo peixe, muito dele proveniente das águas locais, que a casa brilha (leia-se grelha) a grande altura.

05. Taberna dos Cabrões (Montijo)

Não se ofenda com o nome que não vale a pena. Até porque a história do baptismo tem graça: certo dia, um cliente da casa disse que só pagava copos a cabrões. Quando se viu, ainda assim, a ter de pagar uma rodada aos presentes — e não eram poucos —, reclamou em voz alta: «Beberam todos? Então isto é a Taberna dos Cabrões!». Quem gosta de recordar o episódio é o inconfundível anfitrião da casa, Serafim Tavares, um beirão criado no Montijo, dono de um bigode bem tratado e de uma personalidade contagiante.

(Fotografias de Carlos Costa/GI)

05. Taberna dos Cabrões (Montijo)

Foi ele quem assumiu esta velha taberna há pouco mais de década e meia e a transformou num restaurante conhecido por algumas especialidades: os rins, as iscas, as caldeiradas de cabrito ou bacalhau e, durante o inverno, os ossos cozidos, ou carregados, uma variação do cozido à portuguesa. Durante o verão, é para o pátio, e para a respetiva grelha, que se viram as atenções.

06. Dona Isilda (Palmela)

Maria Isilda Santos Carvalho foi, durante décadas a fio, responsável pela cozinha de um dos restaurantes de maior sucesso em Palmela, o Alcanena. Foi nesse mesmo Alcanena, aliás, que começou por fazer este serviço em estilo buffet — preço fixo: 20 euros, com bebidas incluídas — que é a imagem de marca do Dona Isilda, restaurante fundado pelos seus filhos, com as suas receitas, em sua homenagem.

(Fotografias de a.gosto.com)

06. Dona Isilda (Palmela)

Cada refeição tem potencial de festim, tal a variedade de opções, que bate aos pontos muitos casamentos. Há mesas de entradas frias, saladas, enchidos, queijos e pratos tão substanciais como feijoada de choco, chanfana, migas de bacalhau ou, ao domingo, cozido à portuguesa. Convém, porém, lembrar os interessados que a refeição é uma maratona, não uma prova de sprint. Ou seja, convém guardar energia para a reta final: uma sedutora e bem recheada mesa de sobremesas conventuais.