20 restaurantes onde fomos felizes em 2019 (e que deve visitar em 2020)

Restaurante Fogo do chef Alexandre Silva (Fotografia: Leonardo Negrão/GI)
Foram doze meses a passar por muitas mesas, um pouco por todo o país, o que tornou algo difícil fazer uma seleção dos muitos restaurantes de que gostamos. Esta lista resulta, por isso, de alguma ponderação porque ficaram apenas aqueles lugares que nos conquistaram pela comida, pela história, pelo ambiente e pelo serviço.

01 | Lisboa
Fogo
Quatro anos depois de roubar atenções com o fine dining do Loco, detentor de uma estrela Michelin, Alexandre Silva regressa às origens e homenageia as memórias de infância, em Abrigada, Alenquer. Neste novo Fogo, nas Avenidas Novas, tudo se confeciona com uso a lenha, quer em forno, chapa, tacho ou espeto, mantendo a aposta nos pequenos produtores portugueses e no produto de época. Da cozinha, movida a azinho, sobro, pinho e eucalipto, saem propostas descomplicadas como a salada de espadarte dos Açores fumado com algas; a raia na grelha com molho de alho e batata a murro; ou a presa de porco alentejano com puré de maçã queimada e molho de morcela. Aqui, quem brinca com o fogo, sabe o que faz. NC

Fogo (Fotografia: Leonardo Negrão/GI)

 

02 | Porto
Sagardi
É para ir sem medo de falar “portuñol”, pedir pintxos, chuletón e tudo o que sair da parrilla. Este novo restaurante do Porto trouxe alguma frescura de taberna a uma zona sobrecarregada de turismo da cidade – Ribeira – com comida realmente boa. Sendo mais um espaço da cadeia de restaurantes bascos Sagardi, o restaurante executa o princípo do grupo: aplicar a técnica de cozinhar basca – grelha a carvão, essencialmente – aos ingredientes locais. Com o teste feito já no Vinum (Caves Graham’s, em Gaia), rasgou-se ali espaço simples e bonito, mas bem moderno e dinâmico, com uma barra carregada de petiscos ao palito. Na carta, há a preciosa carne de vaca ou boi velho do Norte de Portugal e Galiza, o peixe da lota de Matosinhos, uma fascinante carta de vinhos e várias delícias bascas. DM

Sagardi (Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)

 

03 | Porto
Artesão Bistrô
O Artesão Bistrô serve pratos em doses mais pequenas, para que os clientes viajem por diferentes sabores. O chef João Lima – que trabalhou em casas estreladas, como a Fortaleza do Guincho, em Cascais, ou o Pedro Lemos, no Porto – parte da cozinha tradicional portuguesa, mas dá-lhe o seu cunho. E aspira à excelência, quer nos cozinhados, quer no serviço. Entrar neste restaurante é embarcar numa rota cheia de sabor, pela mão de quem conhece bem o caminho. CF

Artesão Bistrô (Fotografia: Igor Martins/GI)

 

04 | Bragança
Tasca do Zé Tuga
Dentro da cidadela de Bragança, mesmo ao lado do castelo, Luís Portugal abriu há cerca de quatro anos a sua Tasca do Zé Tuga. O chef transmontano que teve uma ascensão rápida desde que, há cinco anos, concorreu ao programa televisivo Masterchef, assumiu a sua vocação e dedica-se a trabalhar os bons produtos da terra – e de época – com criatividade, paixão e “dedicação total”, como o próprio admite. Aqui, tanto se pode comer um tradicional cozido no pote como petiscos mais sofisticados. LM

Tasca do Zé Tuga (Fotografia: Rui Ferreira/GI)

 

05 | Matosinhos
Meia-Nau
Em terra de peixe, o Meia-Nau diferencia-se pelo ar contemporâneo, tanto da decoração como do serviço, mas mantém a qualidade do pescado servido nas mesas da cidade. A aposta é no que vem fresco da lota a cada dia, havendo com regularidade dourada, rodovalho, robalo, e nos pratos tradicionais, caso do arroz de marisco, polvo e bacalhau à Lagareiro e peixe-galo frito com açorda de ovas. Outro fator de diferenciação é o bar, que funciona, tal como restaurante, sem interrupção, durante todo o dia. Bom para quem espera por mesa ou para quem só quer petiscar. ALS

Meia-Nau (Fotografia: Leonel de Castro/GI)

 

06 | Leça da Palmeira
Lessa
A fusão de “minimarisqueira” com “minicervejaria” que é o Lessa, como resume o André Pinto Baptista, abriu este verão, tem 13 lugares e uma carta curta, que reflete as viagens do chef. É um lugar virado para o mar, em todos os sentidos. O oceano está ali ao lado, e é de lá que vem grande parte da matéria-prima que André usa para confecionar os pratos onde a cozinha portuguesa encontra sabores do mundo, como o fresquíssimo tártaro do chef com peixe branco marinado à asiática, abacate e kimchi e a pescaria frita com farinha de milho. A carne surge nos croquetes da Bairrada e no carolino de feijão com bochecha de porco preto. Para refeições descontraídas, a puxar para a partilha. ALS

Lessa (Fotografia: Artur Machado/GI)

 

07 | Guimarães
Caos
O Caos, instalado numa pequena quinta nos arrabaldes de Guimarães, é o lugar ideal para juntar a família em ambiente descontraído. Tem um grande relvado onde há até um baloiço para os mais pequenos e uma agradável esplanada coberta. No interior descobre-se uma sala decorada a preceito, forte em madeira e iluminada por um letreiro em neon com o nome da casa. E à mesa chegam pratos de apresentação cuidada e sabores equilibrados a cada carta sazonal criada pelo jovem chef Álvaro Silva, com respeito pelo produto e pelas tradições da região. No bar, as estrelas são os cocktails, cuja intenção é harmonizar com o que vai no prato. AC

Caos (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

 

08 | Alcobaça
António Padeiro
O espaço encerra mais de 80 anos de história(s), que Ana Branco (neta do fundador, António Padeiro) está sempre pronta a contar. É ela quem está agora ai leme do barco, num mar de cozinha tradicional portuguesa. Das mãos de Maria Júlia (a mãe), saem maravilhas como a açorda de Bacalhau, o frango na púcara, o cabrito assado no forno ou os (divinais) rissóis de robalo e camarão. Depois é preciso arranjar espaço para experimentar algumas sobremesas especiais da casa, numa inevitável homenagem aos doces conventuais de Alcobaça. PSL

António Padeiro (Fotografia: Maria João Gala/GI)

 

09 | Aveiro
Fama
É um espaço minimalista e moderno, com tons de cinzeiro pincelados de dourado, criado pelo seu dono – e chef principal -, Luís Lavrador, para responder sobretudo ao mundo empresarial de Aveiro. Este contexto, e esta sala neutra e sofisticada, não fazem esperar a carta rica e cheia de sabores regionais que nos deixa no prato, e no copo, toda a região de Aveiro, do mar à montanha. Os pratos encantam pelos aromas de sadia comida familiar, ainda que apresentados em formas sofisticadas – como a caldeirada em copo de cocktail. O bacalhau chega em memoráveis feijoada de samos e naco com risoto de línguas. E a posta arouquesa e o chambão de borrego com risoto de cogumelos selvagens deixam uma nostalgia perpétua. DM

Fama (Fotografia: Maria João Gala/GI)

 

10 | Aveiro
Cais do Pescado
É um lugar especial para comer peixe e marisco, com sofisticação q.b. a revestir um franco conforto cuja intenção se sente por todo o lado. Logo ao entrar, quando se escolhe o pescado fresco na sua cama de gelo, no piso térreo onde se pode comer em modo de cervejaria. E ainda na encantadora sala acima, com cadeiras macias, vista para a ria e serviço de enorme simpatia. Na garrafeira, quase só há Bairrada – como está certo. O arroz do mar e especialidades, como a tempura de polvo, podem fazer sentir saciedade. Mas é pecado sair sem comer as sobremesas da radiosa chef pasteleira Joana Castela. DM

Cais do Pescado (Fotografia: Maria João Gala/GI)

 

11 | Coimbra
Refeitro
Visto de fora, o edifício que acolhe a Cerâmica Antiga de Coimbra pode passar despercebido. Mas é uma surpresa o que se encontra para lá da porta: um importante testemunho de arqueologia industrial, uma olaria em atividade e, no seio dela, um restaurante. O Refeitro (abreviatura de “refeitório”) serve comida típica, com toques de chef, num ambiente único: os clientes podem ver como são criadas as peças e até conjugar a refeição com um workshop. CF

Refeitro (Fotografia: Maria João Gala/GI)

 

12 | Óbidos
Jamon Jamon
É difícil acreditar que esta história começou a contar-se com quatro mesas e um fogão de camping, no Espaço Ó, em Óbidos, mas é real. Tão real como a mágica vila de Óbidos, que guarda entre esta relíquia. No outono de 2018 o Jamon Jamon virou a página e mudou-se para junto da muralha. O peixe ou a carne são exemplarmente confecionados, o rol de sobremesas também. A magia saiu das mãos de André Pontinha, um rapaz de 29 anos que «nunca teve jeito para nada», até descobrir a gastronomia. E agora o mundo inteiro passa pela sua sala de jantar. PSL

Jamon Jamon (Fotografia: Diana Quintela/GI)

 

13 | Lisboa
Arkhe
O produto português e biológico serve de matéria-prima, a cozinha de autor e a imaginação do chef João Alves, paulista de pai e tio portugueses, fazem o resto. A carta deste vegetariano, consiva e diversa, resulta do equilíbrio entre a rigidez da escola da cozinha tradicional de França, onde estudou, e a liberdade e criatividade ganhou-a em viagens pelo mundo. Os meses frios pedem pratos aconchegantes, que brincam sempre com o suave e o crocante, como o creme de topinambur com redução de café e os gnocchi com puré de abóbora assada e queijo da Serra DOP, picle de cenoura e folha de couve desidratada. NC

Arkhe (Fotografia: DR)

 

14 | Lisboa
O Frade
Passou por restaurantes Michelin como o algarvio Ocean e o Azurmendi, Bilbao, mas é em Belém que se tem destacado com a sua cozinha de tacho e conforto, fiel ao receituário tradicional alentejano. Só assim fazia sentido para Carlos Afonso, que traz um pouco da «sua» Beja para Belém, ao lado do primo Sérgio. Da dezena e meia de petiscos contam-se a galinha acerejada; pato de escabeche; ovos mexidos com túbaras; lombo de porco preto; ou a mousse de chocolate com azeite alentejano. Alguns destes pratos são inspirados em receitas das suas mães e avós, ou não fosse este um espaço familiar, onde também se bebem os vinhos de talha produzidos pela família Frade há três gerações. NC

O Frade (Fotografia: DR)

 

15 | Funchal
Il Gallo d’Oro
Há quem vá ao Funchal só para jantar no Il Gallo d’Oro e, no fim da refeição, percebe-se porquê. O restaurante, inserido no luxuoso hotel The Cliff Bay, é o único com duas estrelas Michelin na Madeira. A cozinha é dirigida pelo chef Benoît Sinthon, francês que se apaixonou por uma madeirense e pela sua terra natal. A sobremesa que combina banana, funcho e bolo de mel é só mais uma prova desse encanto pela ilha. CF

Il Gallo d’Oro (Fotografia: Maria João Gala/GI)

 

16 | Lisboa
Ajitama Ramen Bistro
Começou sob a forma de um supper club, mas as quase duas mil pessoas em fila de espera levaram António Carvalhão e João Ferreira, autodidatas e apaixonados por ramen, a trazer este clássico caldo para um espaço fixo na rua, agora ainda mais aperfeiçoado e genuíno, depois da formação intensiva dos donos em Tóquio. Há variedades de ramen para todos os gostos, assim como os tipos de caldo, os de galinha, dashi (peixe), vegetariano (à base de abóbora de Hokkaido) e de porco, oscilando entre cozeduras a baixa temperatura das duas às 20 horas. NC

Ajitama Ramen Bistro (Fotografia: DR)

 

17 | Albufeira
Al Quimia
O renovado Al Quimia, no resort Epic Sana Algarve, em Albufeira, foi uma das melhores surpresas desta primavera, depois de totalmente renovado. Com o chef Luís Mourão ao comando, tem menus de degustação de sete e dez momentos, assentes no que a terra e o mar algarvios têm de melhor. Um dos pratos memoráveis é o cataplini, um “tagliatelle” de choco fumado com caldo de cataplana. As sobremesas, os vinhos, o serviço cuidado e o enquadramento do restaurante completam os motivos para lá ir. AR

Al Quimia (Fotografia: DR)

 

18 | Cascais
Yakuza Cascais
Para os amantes de sushi de fusão, a abertura do Yakuza no Sheraton Cascais Resort foi uma ótima notícia. Desde maio que é possível provar algumas das criações mais conhecidas de Olivier, como os tacos de salmão e guacamole, e outras tantas, como os gunkan de salmão, camarão, ovo de codorniz e trufa negra e de wagyu (carne de vaca japonesa) com foie gras, cebola confitada e teriyaki. Nas bebidas destaca-se um cocktail feito com pipocas. AR

Yakuza Cascais (Fotografia: DR) 

19 | Sintra
Midori
Pedro Almeida cumpriu as melhores expectativas com a primeira carta após a atribuição da (primeira) estrela Michelin ao Midori, em novembro de 2018. Encurtando a distância entre Portugal e o Japão, continuou a trabalhar com o peixe e outros produtos portugueses segundo as técnicas asiáticas, dando origem a prazeres em estado puro como nigiri de cogumelo shiitake em sunomono, carapau braseado com azeite de alho e gamba riscada do Algarve, por exemplo. Uma cozinha portuguesa com alma nipónica. AR

Midori (Fotografia: Martin James/GI)

 

20 | Viseu
De Raiz
Na pacata aldeia de Rebordinho, a 10 minutos de Viseu, há um restaurante onde tudo é feito de raiz e por amor às origens. Inês Beja e Nuno Fonte pegaram no receituário das avós para criar uma carta recheada de comida de conforto. É o caso dos pastéis de massa tenra recheados com carne de vitela, da avó Nazaré, ou os ovos verdes – uma receita de dias de festa da avó Raquel – que vão para a mesa numa pequena gaiola. Por encomenda, Inês e Nuno também prometem matar saudades de outros pratos da tradição, como a cabidela de galo ou o cabrito assado, para acompanhar com uma cuidada seleção de vinhos, na sua maioria de pequenos produtores do Dão. AC

De Raiz (Fotografia: Maria João Gala/GI)

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend