O roteiro perfeito para os amantes de artesanato

Gosta de pôr mãos à obra? Não está sozinho. Há uma região em Portugal onde o saber-fazer corre nas veias das suas gentes. Dos bordados e da cestaria ao vitral e ao têxtil, sem esquecer a gastronomia, muitas são as artes que vai encontrar nesta viagem.

Quando se fala na região Viseu Dão Lafões, a maioria pensa imediatamente nos famosos vinhos, mas há muito mais para descobrir neste território para lá da vitivinicultura. Aqui, entre rios e ribeiras, entre vinhas e termas, o artesanato é uma herança passada de geração em geração. Conhecer as artes e as gentes que as produzem é motivo mais do que suficiente para visitar esta região.

Para o guiar, o projeto Craft Turismo Criativo organizou a Rota do Saber-Fazer, um roteiro que o levará a conhecer os municípios de Aguiar da Beira, Sátão, Penalva do Castelo, Mangualde e Nelas. Fruto de uma parceria entre a Associação de Desenvolvimento do Dão e a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, o projeto tem a missão de preservar o património cultural e imaterial destes municípios. Por isso, durante três dias, a Rota do Saber-Fazer leva-o a descobrir produtos únicos e as histórias de quem dá vida à tradição. E tudo isto num cenário cheio de paisagens deslumbrantes, monumentos que o levarão a viajar no tempo e delícias gastronómicas únicas.

Aguiar da Beira

Motivos não faltam para conhecer a primeira paragem deste roteiro. Afinal, poucos são os municípios que se podem orgulhar de exibir no seu Largo dos Monumentos Nacionais um Pelourinho, uma Torre do Relógio e uma Fonte Ameada.

Para o guiar, o projeto Craft Turismo Criativo organizou a Rota do Saber-Fazer, que o levará a conhecer os municípios de Aguiar da Beira, Sátão, Penalva do Castelo, Mangualde e Nelas

Mas nem só de arquitetura histórica se faz Aguiar da Beira, uma terra que também se descobre com linhas, agulhas e dedais. Que o diga Carla Pinto, técnica de costura criativa e de cujas mãos nascem peças e acessórios para crianças e adultos que não encontrará em nenhuma loja, por mais que procure. Igualmente únicas são as criações de Fátima Puglsy. A artesã também de Aguiar da Beira resgata materiais destinados à reciclagem. O resultado são peças decorativas totalmente originais e sustentáveis.

Sátão

Entre pinhais e vales de gratino e xisto de Sátão, os ofícios aprendem-se e jamais abandonam quem os domina. Assim sucedeu com Ester Lopes, que aprendeu cedo a arte de tecer cestos de junco e, mesmo octogenária, continua a fazer tabuleiros, jarros, fruteiras, entre outras peças.

Como ela, muitos naturais da região Viseu Dão Lafões dedicam-se a manter vivo o saber-fazer recorrendo ao que a natureza lhes dá. Os restaurantes típicos de Sátão são um bom exemplo disso, já que continuam a deliciar os clientes com uma das iguarias mais típicas: o míscaro. Para provar os pratos confecionados com este tipo de cogumelo, nada melhor do que escolher a “Capital do Míscaro” para se sentar à mesa.

Penalva do Castelo

Depois de degustar um bom arroz de míscaros, está na hora de retomar viagem, desta vez em direção a Penalva do Castelo. É neste município que Isidro Batista faz as suas esculturas a partir de diversos tipos de pedra, os melhores exemplos de cantaria artística. Também é aqui que encontrará Ramiro Carvalho, artesão dedicado à produção de miniaturas em madeira e em ferro, inspiradas nos instrumentos de trabalho agrícola.

E já que está em Penalva do Castelo, aproveite esta oportunidade única e embarque na Rota da Senhora da Ribeira. Este percurso leva os visitantes a explorar as paisagens natural, rural, religiosa e histórica da região. Alguns pontos de interesse que não pode perder são a Capela da Sra. da Ribeira, o encontro entre os rios Coja e Dão e os campos de cultivo de Moinhos de Pepim.

Durante três dias, a Rota do Saber-Fazer leva-o a descobrir produtos únicos e as histórias de quem dá vida à tradição

Mangualde

Se acha que não conhece nada sobre Mangualde, pense duas vezes. Para além do Palácio dos Condes de Anadia e do famoso pastel de feijão da pastelaria do Patronato, de certeza que já viu o famoso Bordado de Tibaldinho, com os seus pontos bem definidos, motivos florais e cor branca. Atualmente, várias bordadeiras juntam-se para manter esta arte secular de boa saúde – que merece lugar no Inventário Nacional de Património Imaterial da Direção-Geral do Património Cultural –, mas não são as únicas que tornam o município de Mangualde rico em saber-fazer. A ceramista Maria do Amparo, por exemplo, cria peças decorativas com as próprias mãos, cheias de cores vivas e acabamentos a tinta e vidrados. Já Isabel Ramos produz vitrais para dentro e para fora de fronteiras.

Nelas

Como todas as coisas boas, a Rota do Saber-Fazer tem de terminar, mas não sem antes visitar Nelas e os seus “serranos”. Das mãos da artesã Bernardete Marques continuam a nascer estes inconfundíveis bonecos, que dão corpo às profissões, trajes e costumes serranos, como manda a tradição.

Também em Nelas, Ester Andrade alia o restauro de presépios, altares e cenários religiosos e bélicos à organização de passeios pela natureza. E já que falamos em natureza, o Percurso Caldas da Felgueira é um passeio a não perder, levando-o pelas margens do rio Mondego, junto às termas da Felgueira, ao encontro de maravilhas como a Cascata da Pantanha e a Orca do Folhadal.

 

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