O estranho caso da família que passou férias em dois hotéis (ao mesmo tempo)

A mesma história todos os anos. Uma família de quatro elementos, em que cada um quer umas férias à sua medida. Esta história (que até podia ser a sua), é sobre como encontram isso mesmo, juntos.

Nunca se entendiam e os pais insistiam que deviam estar “sempre juntos”: o que tornava as férias em família numa constante correria para agradar a todos. Mas este ano ia ser diferente. Após meses de discussão ao jantar, ficou decidido que as meninas iam para um lado, e os meninos para outro. O destino comum eram os hotéis Dom Pedro na solarenga Vilamoura, no Algarve, mas mãe e filha iam para o Dom Pedro Marina, para desfrutar do luxo e tranquilidade da suite presidencial com jacuzzi, enquanto pai e filho ficariam no Dom Pedro Vilamoura, onde podiam passar tardes a jogar golfe ou simplesmente correr para praia (a apenas 5 minutos de distância a pé) para jogar à bola.


Pai e filho ansiavam há muito por umas férias mais desportivas, repletas de desafios, e longe das meninas. À chegada, o pai reparou logo na decoração moderna e atual do Dom Pedro Vilamoura Hotel Resort & Golf – e pensou logo que a sua mulher teria adorado. O quarto era amplo e elegante.

Como o pai era um fã incondicional de golfe, e queria melhorar as suas jogadas, quis aproveitar o resto da tarde para a prática desta modalidade. Podia fazer a sua marcação de green fees e tinha à disposição um shuttle bus para os 5 campos de golfe de Vilamoura do grupo Dom Pedro. Aproveitou a mini viagem para começar a entrar no mood de um verdadeiro jogador profissional, focado ao máximo, pensando já nos movimentos concisos e certeiros que lhe proporcionariam a tacada ideal.

Já o filho preferiu aproveitar para jogar voleibol com os amigos que, entretanto, tinha conhecido no hotel e divertiu-se ainda na sala de jogos, sem deixar de pensar no quão gostaria de fazer equipa com a sua irmã mais velha, se ela ali estivesse.

Como a praia ficava tão próxima, foram, ainda durante a tarde, até à praia. Depois de muitos mergulhos, não resistiram a algumas bolas de berlim. Porém, como o pai não queria perder a forma física – e as férias eram tantas vezes propícias ao aparecimento de uma ligeira barriguinha – decidiu aproveitar o tempo que restava até à hora de jantar para ir fazer algum exercício no ginásio do hotel e para poder usufruir, sem culpas, do restaurante Oliva, que tinha um serviço de buffet imperdível.

Já na ala feminina desta família, a estadia no boutique-hotel
Dom Pedro Marina era como a realização de um sonho há muito adiado: paz e sossego entre miúdas, sem a constante insistência dos rapazes para se levantarem da toalha e jogarem à bola com eles, quando só querem ficar um bocadinho paradas “a trabalhar para o bronze”. Mas semelhante conquista merecia ser bem celebrada, por isso não hesitaram no momento de escolher o quarto: a suite presidencial. Afinal, quantas oportunidades teriam para desfrutar do luxo e tranquilidade de um quarto com terraço e jacuzzi, espreguiçadeiras, área de refeições privada e uma vista fabulosa para o mar e a Marina de Vilamoura?

Mãe e filha rejubilaram à chegada da suite presidencial: onde normalmente cabem 4 pessoas, elas ficariam apenas as 2, com o espaço todo à sua completa disposição. Então largaram as malas e atiraram-se as duas para a cama fofa, desfrutando por um momento da felicidade de estarem sozinhas, livres para fazer o que quisessem, sem os rapazes a gozar ou a insistir para fazerem coisas diferentes. E de repente, perceberam que eram finalmente donas e senhoras do seu tempo: e nem sabiam por onde começar.

Devagarinho, levantaram-se da cama e começaram a falar sobre o que fazer no primeiro dia daquela semana de liberdade. Decidiram então que, sendo o primeiro dia no hotel, iam deixar a praia para outro dia e desfrutar apenas da sua incrível suite presidencial. Não fosse por estarem no Algarve e as praias de Vilamoura serem irresistíveis, a mãe até pensou para os seus botões que passava ali a semana toda no quarto, entre o jacuzzi e as espreguiçadeiras: o tão merecido descanso da guerreira, diretora de contas de segunda a sexta, mãe, esposa e dona de casa 24h por dia, 7 dias por semana.

Tinham saído cedo de Lisboa para o Algarve e almoçado pelo caminho. Aproximava-se aquela hora da preguiça, o momento perfeito para gozar de uma pequena sesta na espreguiçadeira e bronzear um bocadinho. “Felizmente ele insistiu para sairmos cedo de casa, para ainda aproveitarmos o primeiro dia de férias”, pensou a mãe. Curiosamente, no momento em que se lembrou pela primeira vez do marido desde que tinha chegado ao hotel, o telemóvel tocou e o seu nome apareceu no visor. Não resistiu a ligar-lhe para contar que ele e o filho se preparavam para a sua primeira partida de golfe no Dom Pedro Vilamoura. De súbito, pensou que gostava de os ver vestidos com os seus polos de golfe, e partilhar do seu entusiasmo quando fizessem o seu primeiro putt. Entretanto, a filha também recebia fotos do irmão no WhatsApp, já vestido para o golfe e a fazer careta. Começaram as férias: compras na Marina, tardes de relaxamento na piscina do hotel, massagens no SPA e dias de preguiça na praia… o plano perfeito entre miúdas. A diversão ia começar logo naquela noite, no Búzios Beach Club, o restaurante do Dom Pedro na praia de Vilamoura, cuja carta recheada de iguarias como feijoada de búzios, espetadinha de gambas com molho piri-piri, camarão tigre e amêijoas à Bulhão Pato já as faziam sonhar.

E então lembraram-se que também os elementos masculinos da família até suspiravam quando se falava lá em casa em saborear um bom prato de marisco ou peixe fresco à beira-mar, e não resistiram. Ligaram aos rapazes, que estavam naquele momento em pura galhofa na piscina, e convidaram-nos para jantar. Bastou falar em amêijoas à Bulhão Pato para os convencer, e marcaram encontrar-se no Búzios Beach Club.

Não passou um dia sem que tivessem saudades uns dos outros. Ao jantar, os rapazes troçaram das meninas quando souberam que tinham passado o dia “sem fazer nada” e elas riram-se porque, como já suspeitavam, eles não pararam um segundo. Mas afinal, se as meninas estavam numa suite presidencial com espaço para 4 pessoas, e o hotel Dom Pedro Vilamoura e o seu campo de golfe ficava apenas a 300 m, não fazia sentido estarem separados. Os rapazes prometeram deixar as meninas descansadas no jacuzzi quando assim o desejassem, e elas juraram ignorar a desarrumação deles. Decidiram que todos ficavam no Dom Pedro Marina, para felicidade dos elementos femininos, e no ano seguinte ficariam no Dom Pedro Vilamoura – que tanto tinha encantado os “rapazes”.

Antes de dormir, puderam beber um reconfortante chá, enquanto olhavam para a fímbria do mar. E que melhor cenário poderia haver para pôr a leitura do Moby Dick em dia? Cansados de uma viagem que tinha sido igualmente longa, nada melhor do que uma cama confortável e um colchão bem fofo para dormirem uma noite de sono revigorante.

E assim voltavam a passar férias juntos, como é suposto: porque a eterna luta entre a preguiça e o frenesim é afinal a beleza de passar férias em família.

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