O brilho especial do Alentejo

Uma viagem transforma-nos, quer seja pela paisagem ou pela companhia. Podemos até partir com dois ocupantes, mas chegamos com os sete lugares ocupados de experiências.
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Dois condutores designados, com duas posturas – metafóricas, e talvez até de condução – diferentes. Partilhar o habitáculo de um carro, mesmo um com tanto espaço interior como o do Opel Zafira, dá sempre azo a perspetivas diferentes da mesma experiência. Daí que este texto seja escrito a quatro mãos. Uma espécie de partitura de piano em que as melodias são quilómetros, e a harmonia é a soma dos lugares e pessoas que compõe uma “road trip”. Para já, conduz a maestrina, e o maestro aguarda.

De mãos no volante e olhos atentos, seguimos confortáveis o traçado da estrada. O frio de inverno fica lá fora. Cá dentro, os bancos aquecem o corpo, enquanto o imenso azul do céu alentejano, visto do teto panorâmico, aquece a alma. Chegados a Mora, a fome já aperta. Nem sempre o estacionamento é democrático (ou mesmo lógico) nestas paragens e nessas alturas é conveniente ter um olho atento na câmara de marcha atrás do Opel Zafira. Um apito aqui, outro apito ali, e com a ajuda do sistema de estacionamento encontramos um lugar para ganhar raízes, pelo menos durante o almoço. A vila é um conjunto de ruas estreitas, dispersas num sobe e desce de asfalto.

Veja o vídeo:

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É numa dessas ruas que encontramos os dois Afonsos – o ser humano e o restaurante homónimo aberto desde 1954 -, bem perto da igreja matriz que por razões algo obscuras ostenta a sua torre sineira nas traseiras do edifício, situação que justifica que os naturais da vila sejam apelidados de “escaravelhos”. Um apelido que não pode ser aplicado ao Sr. Afonso, natural de Pombal, mas que escolheu Mora para viver, um local de passagem e principal porta de entrada no Alentejo para quem vinha do norte, na década de 1950. Porquê ficar, ganhar raízes, num sítio que é de passagem? Temos de encontrar alguma coisa especial, seguramente. No seu caso, foi a Dona Bia, nome carinhoso pelo qual é chamada a sua esposa, Maria, prática comum nesta zona do país.

É dela a responsabilidade do delicioso e tradicional almoço alentejano que nos chegou à mesa, conhecedora que é da típica cozinha alentejana, dos melhores ingredientes regionais, dos seus sabores e qualidade. No “Afonso”, os pratos de caça são o forte da casa, mas não esqueçamos as fantásticas migas de espargos verdes, a carne de porco preto, a tradicional carne de alguidar ou as sopas de cação. Com o passar dos anos o negócio e a família foram crescendo, com muito trabalho e muito carinho, numa vila pacata, luminosa e que reserva um certo encanto. Por isso, antes que ganhemos raízes, seguimos o nosso caminho e voltamos à estrada. A paisagem é sempre deslumbrante, transmitindo paz e quietude…

…quando circulamos no modo Eco. Sem dúvida a melhor e mais ecológica opção para absorver o cenário, especialmente numa viagem com a família, que é uma das razões mais lógicas para optar por um carro com sete lugares, versátil, espaçoso e confortável. Mas na EN2, a suposta Route 66 portuguesa, o apelo do modo Sport da Zafira foi forte. As letrinhas “OPC” na lateral do carro traduzem-se em 170cv, que mostraram com voracidade como se pode percorrer o trajeto até ao Monte Selvagem, o ponto alto deste roteiro para quem ocupar os cinco lugares de trás (leia-se, os mais pequenos). Rápida e ágil a sair das curvas, a Zafira assumiu uma postura de predador até que a poeira assentasse na entrada desta espécie de reserva natural africana, em pleno Montemor-o-Novo. Animais de grande e pequeno porte criam o cenário ideal para aventuras reais e ficcionadas das crianças que mais tarde vão discutir, entre a segunda e a terceira fila da Zafira, quem é que foi mais corajoso quando o crocodilo fechou a boca de repente.

Continuamos a viagem, à medida que o céu escurece. Depois de alguns quilómetros, os faróis full LED da Zafira vislumbram o castelo de Arraiolos. E agora? Onde vamos ficar? Aqui o sistema de navegação faz toda a diferença, e depois de uma pequena pesquisa pelos pontos de interesse da região, encontramos o lugar perfeito para passar a noite. A Pousada Convento de Arraiolos foi, para os passageiros da frente (leia-se, os adultos), uma estadia inesquecível. A verdadeira definição de edifício histórico – onde existiu outrora o antigo convento dos Lóios – cheio de recantos belíssimos e de um conforto excecional. As atividades são imensas e este é um hotel para viver, não apenas para dormir, que simboliza aquilo que esta região é. Um destino de paz para quem a procura, mas que não deixa de surpreender pela profusão de experiências que nos aguardam. Desde os clássicos, como as piscinas interior e exterior, até aos idílicos, como o do circuito equestre, onde a beleza dos cavalos não pode deixar de emocionar.

Voltar a casa é um momento que tentamos adiar ao máximo, mas ainda assim encontramos ânimo por saber que o caminho vai ser mais uma boa memória a guardar. Aliás, existem pequenos fatores que nos fazem sentir imediatamente em casa, assim que a Zafira toca no asfalto. O smartphone já está emparelhado com o hotspot 4G wi-fi do OnStar e a playlist que foi escolhida de propósito para a viagem está a tocar. O cruise control deixa-nos com a agradável sensação de estarmos a ser conduzidos em segurança e o pôr-do-sol entra pelo para-brisas panorâmico. O Alentejo nunca nos pareceu tão belo, com um brilho tão especial. Local de passagem? Até pode ser, mas não ficando nós por lá, o Alentejo tem sempre um lugar garantido para voltar para casa connosco.

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