Porto: O que faz de um lugar o melhor para viver?

A1 Lisboa-Porto Dora Mota
(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Todos os lugares podem ser bons ou mais para viver. Isso depende de demasiadas subtilezas, mas é um tema perfeito para ser sobresimplificado e despejado na internet em forma de pacote viral.

O que é que faz de um lugar o melhor lugar para viver? Penso nisto muito mais vezes desde que comecei a trabalhar na Evasões e conheci em reportagem cidades, vilas e aldeias de Portugal onde nunca tinha estado antes. E quando leio que mais um ranking descreve o Porto como a segunda melhor cidade do mundo para viver, voltei a pensar em como todos os lugares podem ser bons ou maus para viver. Isso depende de demasiadas subtilezas, mas é um tema perfeito para ser sobresimplificado e despejado na internet em forma de pacote viral.

Não desdigo com isto que o Porto não seja a segunda melhor cidade para viver para algumas pessoas – e até a melhor do mundo para muitas mais. Tendo sabido há pouco de mais uma família que foi forçada a deixar a sua casa para nascer mais um alojamento local, acho que o Porto começa a trabalhar para o ranking das melhores cidades do mundo onde não se consegue viver, a não ser para quem é milionário… ou teve a sorte de herdar uma casa. Por outro lado, pode haver zonas do Porto que são o paraíso para uns e outras que são o inferno para esses mesmos. O mal está sempre na síntese grosseira – mas as redes sociais adoram essas sínteses.

Nessas incursões por lugares portugueses tão diferentes (e contudo tão iguais em certos confortos humanos) como Ponta Delgada, Viana do Castelo, Viseu ou Freixo de Espada à Cinta, cheguei à conclusão que aquilo menos subjectivamente pode tornar um lugar melhor para viver tem a ver com os cidadãos nos extremos da pirâmide etária, tradicionalmente os mais frágeis. Se um lugar é bom para nele viverem crianças e velhinhos, então é um bom lugar para toda a gente viver. Acredito que este princípio agrega os critérios essenciais, que são mais de ternura do que de glamour. Mas a vida de todos os dias precisa bem mais da primeira do que do segundo.

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