Este bar em Braga celebra a amizade sem redes sociais

Nasceu em junho de 2016, mas não tem Facebook nem site. Ao fim de semana, dá música ao centro histórico de Braga. O Pelle tem duas salas cheias de relíquias da arte gráfica portuguesa.

Pode passar despercebido, mas mesmo nas traseiras da Sé de Braga, há um bar em média luz, de teto em madeira e chão tosco, que já foi uma mercearia e uma loja de decoração. Chama-se Pelle e o seu ambiente revivalista, com azulejos antigos, fotos e cartazes publicitários de outros tempos, é intencional. Este bar celebra «o tempo em que os amigos se encontravam sem precisar de telemóveis ou de redes sociais», diz o proprietário Rui Gonçalves.

O espaço (que não tem página web nem Facebook) é também uma homenagem. «Foi a forma que encontrei de manter viva a memória de um amigo que desapareceu recentemente. Chamávamos-lhe Pelé, como o jogador. Adaptei o nome para se ler ‘pele’… como ‘à flor da pele’», explica. E depois foi juntar mais ingredientes a esta receita simples: paixão por Braga e pela arte gráfica, e ainda experiência na restauração.

Nas paredes, está exposta parte da coleção de publicidades antigas de Rui. Logo à entrada, placas de mercearias, com referência a marcas do tempo dos avós dele, como a Fábrica de Sabão Confiança, a Knorr ou o vinho do Porto Ferreirinha. Mesmo por cima da porta que dá acesso à sala de concertos, está um cartaz das festas de São João, datado de 1935. «Vamos acrescentar novos elementos, mas quero fazê-lo gradualmente, para ir dando novidade ao público. Consigo encontrar muitas coisas em arrecadações de lojas antigas de Braga», refere o dono do Pelle. Há ainda espaço para os brinquedos portugueses que Rui coleciona desde criança, alguns deles de artesãos como Coelho de Sousa e Armindo Moreira Lage.

Esta é a primeira sala do Pelle, a segunda só abre ao fim de semana. Este bar “escondidinho” de Braga enche-se então, de música Ouve-se jazz, blues, fado e até bossa nova. «Quem aqui vem não paga para entrar. O espaço torna-se pequeno para tanta gente e há pessoas que veem os concertos da rua», conta Rui Gonçalves, empenhado em ampliar a sala de concertos.

No bar, são as cervejas internacionais, como a Erdinger, ou os whiskies, que se destacam. «Decidimos apostar no Nikka, um whisky Japonês, que até há uns anos era o patinho feio. Hoje é cada vez mais reconhecido pela sua qualidade», adianta o dono do bar. E também se serve cerveja artesanal da região.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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