Toca da Raposa: Novo bar de Lisboa tem cocktails originais

O Toca da Raposa é o primeiro bar de Constança Cordeiro, a funcionar desde junho, junto ao Largo do Carmo. A cozinha é um mini-laboratório, de onde saem as preparações para os 11 cocktails que têm nomes de animais.

Tudo encaixa na Toca da Raposa. Do rock português que está sempre a tocar aos pilares no meio da sala pintados a preto, dos candeeiros em arco aos sofás forrados a veludo verde e amarelo. Tudo, exceto o gato dourado da sorte, que se encontra em muitos restaurantes chineses pela cidade fora, e que aqui destoa em cima do balcão de mármore. «É uma espécie de tradição na nossa família para desejar sorte. Foi a minha mãe que me deu quando lhe disse que ia voltar de Londres», conta Constança Raposo Cordeiro. O regresso aconteceu há um ano, depois de uma temporada a viver na capital britânica, onde aprendeu quase tudo sobre destilados, infusões e fermentações, que agora põe em prática na sua Toca, no Chiado.

O projeto demorou uns bons meses a concluir e ficou a cargo dos arquitetos João Pombeiro, Carlos Aragão, João Romão e André Martins, que trataram também do desenho dos sofás e dos candeeiros. «Não dá para os encomendar, foram feitos especificamente para aqui», explica a bartender e proprietária, de 27 anos. Tudo neste bar é feito à medida, desde a decoração à farda do pessoal, não esquecendo os animais reais e míticos que dão nome aos 11 cocktails (desenhados pelo sobrinho de Constança para a carta).

São eles o corvo, o cavalo, o golfinho, a sardinha, o lobo, a abelha, a tágide, a raposa, a cegonha (sem álcool) e o porco. Os nomes são simples, mas o processo nada tem de simplificado. «Podemos pô-los na rota-vapor (que está à mostra, na janela) e destilar ou fermentar os produtos. Às vezes, é muita tentativa e erro», admite Dominik Weber, um dos «braços» de Constança, que está por detrás do balcão.

O resultado são cocktails «filtrados», sem polpas nem grumos, com sabores equilibrados, onde é possível sentir cada um dos ingredientes. «As pessoas estão habituadas a todos estes produtos, não os conhecem é em cocktails», diz a jovem. Como a folha de figueira, a flor da cenoura, o funcho e o cedro que integram as atuais bebidas, definidas pelos produtos da época.

Sempre à procura de novas plantas, Constança continua a aproveitar as manhãs para fazer o chamado foraging e procurar aromáticas na quinta de família no Alentejo, no Parque Florestal de Monsanto ou mesmo no centro da cidade. «Ainda no outro dia passei por umas flores roxas junto ao Museu de História Natural e enviei umas fotos à Fernanda Botelho, especialista em plantas, que me disse serem flores-de-viúva», conta Constança, a cientista deste laboratório onde não há caipirinhas, caipiroscas nem mojitos. E ninguém sente a falta deles.
Petiscos
Além dos cocktails, na Toca serve-se cerveja artesanal portuguesa, vinho a copo e petiscos vegetarianos criados pelo chef António Galapito, do restaurante Prado.

 

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