4 novos vinhos do Douro que tem de conhecer

Encabeçou o elenco das quintas de proveniência das uvas dos portos Offley, foi lugar de recolhimento e repouso do Barão de Forrester e hoje está a ver as suas vinhas velhas a ser estudadas a fundo, com resultados surpreendentes. A Quinta da Boavista mostra agora os vinhos de 2015.

São 40 hectares de excelência na margem direita do Douro, perto do Pinhão, bem no coração do Cima Corgo, que compõem as vinhas da Quinta da Boavista. Visitando, não custa imaginar a inquietação do Barão de Forrester ao olhar para o curso caprichoso do rio. O homem que em meados do século XIX produziu mapas rigorosos de todas as quintas do Douro, de lés a lés, ficava muitas vezes a dormir na casa desta quinta. Adepto e militante de um Douro vinhateiro produtor de vinhos tintos secos, contra o modelo standard de vinho do Porto, fortificado, a história deu-lhe razão.

Estamos num momento charneira de transição de modelos, sobretudo no Douro Superior, já que no Douro antigo, por assim dizer, o vinho do Porto não para de produzir tesouros inéditos. A ciência enológica é maior, o conhecimento da terra e das castas também, e as marcas surgem acarinhadas por públicos a um tempo mais alargados e conhecedores. Hoje propriedade da Lima & Smith, detentores também da Covela, no extremo poente da demarcação duriense, a Quinta da Boavista é palco do labor de sábios de que o barão estaria orgulhoso.

Jean-Claude Berrouet, proclamado enólogo do ano pelo exigente Institute of Masters of Wine e construtor dos vinhos míticos do Château Petrus, em St-Emilion, Rui Cunha, enólogo de grande talante, conhecedor dos terroirs durienses com provas dadas, e André Teixeira, especialista em ampelografia e viticultura, com uma vida inteira dedicada ao património duriense, estão a produzir vinhos e conhecimento a cada cepa em que se detêm. É mesmo de cepa a cepa que o trabalho de identificação de castas está a ser feito. Renunciando ao conceito fechado e etiquetado de vinha velha, em que normalmente não se conhece com exatidão o que está plantado, daqui está a partir-se para o inevitável, que é conhecer a fundo o que se tem. Os vinhos de 2015 estão aí, impressionantes e a confirmar a Quinta da Boavista é um dos grandes terroirs do Douro.

 

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