Um bar lisboeta com 45 anos de liberdade e muito estilo

Se abril de 1974 libertou o país, ao Procópio a liberdade chegou dois anos antes. Um dos bares mais carismáticos da cidade, que se mantém intacto mas em constante renovação.

«Antes do 25 de abril as mulheres nem tinham independência para sair de casa sem a autorização dos maridos. Ficavam muito mal vistas por saírem sozinhas, mas o Procópio era conotado como uma coisa de muito bom gosto. Era como se fossem a um local de cultura, quase como se fossem a um museu», conta Maria João Pinto Coelho.

As viagens do pai, Luís Pinto Coelho, a Paris foram o mote para uma ideia que concretizaria em 1972, no Jardim das Amoreiras. O Procópio celebra 45 anos em maio e vai na terceira geração da família. Maria João, a filha mais velha, é a responsável pela comunicação. Os netos Tomás e Martim também já trabalham no bar e a mulher, Alice Pinto Coelho, quase com 80 anos, continua como gerente. «O meu pai era um colecionador compulsivo de banda desenhada e descobriu um boneco muito giro, que é o logótipo do Procópio», recorda Maria João.

A decoração vintage é uma das imagens do Procópio, que sempre foi procurado por intelectuais, políticos e apreciadores de tertúlias

«Depois teve de arranjar um nome e deu-lhe o de Procope, que era um bistrô parisiense com imenso carisma, ainda hoje existe, e traduziu-o para português. Achou que ficava no ouvido e que era adequado para o ambiente do Procópio.» Passados 20 anos, Luís Pinto Coelho fez o Pavilhão Chinês. Fez também o Foxtrot, A Paródia e A Outra Face da Lua.

A decoração vintage é uma das imagens do Procópio, que sempre foi procurado por intelectuais, políticos e apreciadores de tertúlias. Os clientes mais antigos continuam a aparecer, mas o público renovou-se. «Temos muita gente nova, na casa dos 20. Diria que a média de idades está nos 35 anos. E está sempre cheio. À sexta e ao sábado convém não arriscar, o melhor é ir cedo.»

Tal como no ano passado, volta a participar na Lisbon Cocktail Week, sinal de que o Procópio tem uma carta de excelência e está atento à atualidade. «Além do cocktail Procópio 1972, a caipirinha também é ótima, tal como a Margarita, o Irish coffee e os mojitos. E a nossa cerveja já foi considerada a melhor de Lisboa», diz Maria João. Nada como uma visita para comprovar.

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