O mundo tremeu quando as casas produtoras de vinho do Porto decidiram não declarar como clássicos os seus vintages 2015, apresentando em alternativa single quinta ou segundas marcas. Tudo estava – e continua a estar – em linha com o melhor que o Douro tem para dar, não fora dormirem já quietos e perfeitos os 2016, que o tal mundo que tremeu não conhecia ainda. Agora está tudo mais claro e há que reverenciar a ciência e experiência incrustadas na alma dos fazedores do Douro.
Os vinhos que ano após ano se extraem das suas prodigiosas vinhas tocam nos píncaros da excelência, foi de resto exatamente por isso que os 2016 foram ultraescrutinados e provados. A fasquia estava já muito alta com os 2015 produzidos e foi de inteira justiça a decisão dos produtores ante o IVDP, de guardar a distinção maior para 2016, é maior em tudo, sobretudo elegância e equilíbrio. As três marcas principais de vinho do Porto da Sogrape – Ferreira, Sandeman e Offley – já têm os seus vintages 2016 no mercado, nós já os provámos há algum tempo, aguardávamos apenas a indicação de disponibilidade plena. Agora voltámos a prová-los, lado a lado. É um trio genuinamente merecedor de atenção, pelas diferenças de estilo entre eles e pela longevidade que em todos se pressente.
O vintage é a grande expressão da vinho do Porto ruby, que abrange outras categorias como LBV e Reserva e evolui em ambiente redutivo, engarrafado, após um estágio relativamente curto em cascos de madeira. Pode durar quatro ou cinco décadas mantendo a força e concentração iniciais. A outra grande família de vinho do Porto é a dos tawnies – tawny quer dizer aloirado – e a evolução é em casco ao longo de vários anos, perdendo lentamente cor e ganhando características acrescidas de complexidade e apetência por doçaria. Os Colheita e os Portos com indicação de idade – 10, 20, 30 e 40 anos – são tawnies.
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