O Curioso Cocktail Kitchen, no Porto, tem um cocktail de tangerina com sabor a verão

O Curioso Cocktail Kitchen localiza-se na Rua Ferreira Borges, no Porto. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Tangerina e laranja nas suas diferentes facetas são a base desta bebida que, usando ingredientes de inverno, tem um perfil de verão. Para beber no Curioso Cocktail Kitchen, o novo bar entre a Baixa e a Ribeira do Porto.

As bebidas “têm de ser acima de tudo deliciosas, não queremos triunfar só por fazer um cocktail com uma técnica muito rebuscada para, no final, não saber bem”, diz Gonçalo Bragança, bartender que há um mês abraçou este projeto criado por Hugo Couto. Neste cocktail de inverno – que remete para o verão – quis, de alguma forma, “recriar uma ‘árvore’ de citrinos”. Assim, é elaborado com frutas da época. Leva mel de bergamota, tangerina, violeta, sumo de limão, flor de laranjeira e gin. O conjunto é um refrescante “sumo” que lembra o verão.

Aberto no final do passado mês de julho, o Curioso Kitchen Bar é o reflexo das experiências que Hugo Couto viveu na Ásia nos últimos dez anos. Designer de produto, morou e trabalhou na China e em Singapura. Regressou à terra-natal e decidiu abrir um bar dedicado aos cocktails. Assumindo-se como uma pessoa curiosa, que gosta de explorar o mundo e os seus detalhes, viajou por vários continentes.

(Fotografia de Artur Machado/GI)

A sua profissão permitiu-lhe conhecer Londres, Nova Iorque ou Hong Kong, e os hábitos que ganhou nas suas experiências fizeram-lhe falta quando, em 2020, regressou ao Porto. “Alguns dos melhores bares de cocktails de hoje são em Singapura e em Xangai. Quando estava lá, passava muito tempo em bares, tinha lá reuniões e jantava. Quando voltei, senti falta disso.”

Assim, com a mulher Michele, Hugo aventurou-se neste negócio. O espaço na Rua Ferreira Borges, onde instalou o Curioso, remete para os speakeasies, bares clandestinos da altura da Lei Seca nos Estados Unidos da América (anos 20 e 30 do século XX). Isto porque, apesar de ter uma sala no rés-do-chão, é necessário descer até à cave para chegar ao balcão do bar. Atrás dele, Gonçalo prepara as bebidas, que serve com toda a atenção que o cliente merece. Licenciado em antropologia, o bartender chegou a trabalhar na área do design antropológico em Copenhaga.

Depois, estudou gestão hoteleira e acabou por se “apaixonar pela área”, conta. “Estive na Quinta do Lago [no Bovina Steakhouse] e nesse ano, 2016, fui para Londres, onde estagiei em alguns sítios, como o Savoy e outras cadeias de hoteis.” Quando voltou, trabalhou no Gusto by Heinz Beck (Conrad Algarve) com o premiado bartender Nelson Matos. Ainda passou pelo Royal Cocktail Club, no Porto, e voltou a Coimbra, de onde é natural, para fazer mestrado em gestão de recursos humanos.

(Fotografia de Artur Machado/GI)

Com a sua experiência, quer “elevar o padrão de vida de quem trabalha nesta área”. Porque esta “não é uma profissão para alguém que não sabe fazer mais nada. E não tem de estar associada a uma vida de álcool e outros hábitos menos saudáveis. É possível fazer uma carreira legítima e saudável nesta área, e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho tem de ser conseguido”.

Atualmente, Hugo, Gonçalo e o resto da equipa estão a preparar uma carta para fevereiro. Será inspirada num mito chinês e, assim, tanto os cocktails como os snacks e ambiente do bar vão remeter para o Oriente, principalmente para Hong Kong dos anos 1920.


Bergamota (Citrus bergamia)
Fruto cítrico de cor verde, com uma forma que lembra a pêra, a bergamota encontra-se, quase em exclusivo, na costa da província de Calábria, Itália. O seu nome vem do turco “beg armudi”, que quer dizer “pêra do principe”. Não confundir com a bergamota (Citrus reticulata), nome dado no sul do Brasil à tangerina.


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