O que é um fast wash? Como se faz um cordial? Qual a importância do gelo na bebida e como se escolhe o copo mais indicado? Descodificar a terminologia da área da coquetelaria, pondo-a por palavras e ideias acessíveis quer a profissinais, quer a entusiastas, é um dos objetivos bem conseguidos de “Bar Aberto – O Mundo dos Cocktails”, lançado por Fernão Gonçalves e Diogo Lopes este verão. A ideia do chef de bar executivo do grupo Plateform e do ex-jornalista agora a trabalhar em marketing e comunicação hoteleira foi misturar a teoria e a prática num manual.
A meio do livro, o leitor encontra 40 receitas obtidas a partir de 20 ingredientes sazonais e que são a base de 20 cocktails. “Foi uma maneira de explicarmos as técnicas, aplicáveis a outros ingredientes, porque dentro do bar há muitas pré-receitas e estas podem até ser modificadas”, explica Fernão Gonçalves. A maioria foi criada exclusivamente para o livro, à exceção das dos cocktails clássicos, e todas acabam por refletir uma das ideias-chave elencadas nas páginas anteriores: a necessidade de elaborar cocktails para vários gostos e até restrições alimentares.
Sustentabilidade é o conceito que permeia todos os ensinamentos. Uma “filosofia consciente”, como lhe chamam Fernão e Diogo, que se preocupa com o impacto das decisões tomadas ao balcão ou à mesa. Evitar copos de utilização única, usar palinhas de bambu e comprar frutas e legumes da época, aproveitando-os na totalidade, são algumas das dicas práticas que ajudam a tentar atingir o desperdício-zero. “Noções que não só contribuem para um equilíbrio ecológico mais positivo, como também permitem valorizar ao máximo o investimento financeiro”, dizem.
Outra das virtudes do livro é conseguir abrir a porta aos bastidores dos bares, explicando que por detrás de um balcão vistoso e da possível coreografia no ato de servir está um trabalho de planeamento, pesquisa, definição de conceito e angariação de material, muitas vezes invisível aos olhos dos clientes. Quem pretender abrir um bar ou preparar uma festa para os amigos encontra o passo-a-passo numa linguagem acessível. “As ferramentas de jornalista foram-me úteis, tanto para selecionar fontes de informação, como para fazer sínteses”, diz Diogo Lopes.