No Angel’s Share, trabalham-se os vinhos com todo o cuidado. O vinho do Porto está aqui em grande destaque e aparece tanto isoladamente como “na composição de cocktails ou mesmo como inspiração para estes”, diz Priscila Haddad, head-sommelier do WOW.
Para o cocktail que entra agora na carta como sugestão de inverno, o bartender Fábio Miranda, que há dois meses entrou para o projeto WOW como manager dos espaços de restauração, idealizou uma bebida com sabores quentes. Esta é elaborada com ingredientes que remetem para as épocas frias, como o “mel” de figo, sherbet de toranja, um “citrino elegante e aromático”, e vinho do porto. Neste caso, a sugestão do vinho a utilizar foi de Priscila Haddad – o Krohn Colheita 2005, “um tawny bastante intenso”. A bebida é densa e a cor lembra “os fins do dia de inverno, à lareira”.
Mas os ingredientes do Crown não ficam por aqui, pois faz parte da própria bebida um snack servido pousado no copo. Este é feito de telha (aqui, massa de focaccia desidratada) que serve de base a uma fatia de cecina de boi (com quatro anos de maturação, da Bodega El Capricho) e rebentos de ervilha. Este elemento “vai dar a gordura necessária ao cocktail, acrescentar algum aroma de fumo e especiarias. Além disso, faz a ligação com o restaurante 1828”, também no WOW, dedicado às carnes, com destaque para as maturadas.
Todos os ingredientes, conta Fábio, foram feitos por ele, exceto o vinho. Para o bartender, a coquetelaria é uma “cozinha servida a copo”. “Quando trabalhei no Feel Viana, aprendi a fazer cocktails limpos, sem desperdícios.” O bartender considera que a sua profissão devia estar ao mesmo nível dos chefs de cozinha. “Eles têm muito mérito mas, na nossa área, também temos bons profissionais que fazem coisas lindíssimas com produtos espetaculares.”
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