Na Garrafeira Nacional há um museu com mais de mil “relíquias” vínicas

Jaime Vaz, dono da Garrafeira Nacional. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
Na centenária Garrafeira Nacional, em Lisboa, as suas sete mil referências tornam-na acessível a todas as carteiras, mas é na sala a que chamam de “Museu” que se encontram as mais de mil colheitas mais raras e antigas, que podem chegar aos 34 mil euros. Para breve, está a chegada à Invicta.

Há cem anos que esta casa icónica da capital está nas mãos da mesma família. Nos dias que correm, é Jaime Vaz que lidera a Garrafeira Nacional, seguindo os passos iniciados pelo avô, Serafim, e pelo pai, Jaime. Quando o assunto em cima da mesa é comprar um presente em estado líquido, o mais provável é que encontre na marca que já soma três moradas em Lisboa, sempre pela zona da Baixa e do Cais do Sodré, na Rua de Santa Justa, vizinha do elevador homónimo, na Rua da Conceição, e no Mercado da Ribeira.

Pelas prateleiras e armazém da Garrafeira Nacional, somam-se qualquer coisa como sete mil referências de vinhos, licorosos, destilados nacionais e internacionais. “Todos os dias temos coisas novas. Chegamos a receber uma centena de novas referências por semana”, explica Jaime Vaz, à frente de uma marca de sucesso. De tal forma que, durante os confinamentos obrigados pela pandemia, as encomendas na loja online (que exporta para todo o território nacional e pelo mundo fora) chegaram às 1500 por dia.

Na zona de museu da Garrafeira Nacional, vendem-se as referências mais raras, exclusivas e antigas. (Fotografias de Leonardo Negrão/GI)

Na loja original, a de Santa Justa, há um recanto a que se chama de Museu, uma pequena sala onde se guardam cerca de mil colheitas mais raras, antigas ou exclusivas, algumas das quais só existindo mesmo uma unidade na loja. “O público adora vir a esta zona, comprar ou tirar fotografias. Tudo o que está aqui são relíquias, preciosidades”, adianta o responsável.

Entre o catálogo mais excêntrico encontra-se, por exemplo, um vinho do Porto tawny de 1815, produzido por F. Chamisso Filho & Silva; um Madeira Terrantez com três séculos, de uma colheita de 1795, da Companhia Vinícola da Madeira, que se situa nos 15 mil euros; ou um vinho tinto francês da região de Borgonha, o 2018 Domaine de la Romanée-Conti, um dos produtos franceses mais reconhecidos, pelo preço de 34 mil euros. Quem é apaixonado por moscatéis, por exemplo, consegue ter garrafas como o 1880 Moscatel de Setúbal José Maria da Fonseca Apoteca, o mais antigo da casa no leque deste generoso, por 1750 euros.

Jaime Vaz, o dono da Garrafeira Nacional, com três das muitas garrafas raras da sua loja.

Preços para todos e a chegada ao Porto

Ainda assim, nas moradas físicas ou digital, a democracia reina no catálogo, havendo referências de vinhos, licorosos, vermutes, whiskies, runs e aguardentes – entre outros – para todos os bolsos. As mesmas referências que estão protegidas com rigor, a começar pelas janelas da Garrafeira Nacional, construídas para filtrar a luz natural e preservar o catálogo.

Uma das novidades, nos últimos tempos, são as câmaras de provas, onde estão sempre algumas referências da loja – algumas das mais exclusivas – para provar a copo, para quem não tem possibilidade de comprar uma garrafa. Outra boa notícia é a extensão física da marca, com a previsão da primeira loja no Porto já na primavera, na Rua das Flores, trazendo nova vida a um edifício com 600 anos. Um “desejo antigo”, adiado nos últimos anos pelas razões óbvias, como explica o responsável da Garrafeira Nacional. Isto pela ligação dos seus avós, a primeira geração que iniciou este projeto, ao norte: são naturais da zona de Tabuaço.

A loja de Santa Justa, a original. Em breve, a marca chega ao Porto com morada física.

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